Avião da Saudi Airlines alvejado no aeroporto de Cartum
Um avião da Saudi Airlines foi hoje alvejado no aeroporto internacional de Cartum quando estava prestes a descolar para Riade, mas a tripulação e os passageiros a bordo foram retirados e estão em segurança, segundo a companhia aérea.
© Reuters
Mundo Sudão
Em comunicado, a Saudi Airlines disse que a tripulação se encontra na embaixada da Arábia Saudita no Sudão e que os passageiros estão bem, ao mesmo tempo em que a empresa ordenou o retorno à origem de todos os aviões com destino ao Sudão devido aos confrontos iniciados hoje de manhã entre o Exército Sudanês e o Apoio Rápido Forças Armadas (RSF), grupo paramilitar.
O tiroteio contra a aeronave ocorreu às 07h00 locais (06h00 em Lisboa), duas horas antes do início dos combates entre as forças opostas.
O presidente do Conselho Soberano do Sudão e líder das Forças Armadas, general Abdelfatah al Burhan, disse hoje em entrevista ao canal de televisão Al Jazeera que "as Forças de Apoio Rápido se infiltraram no aeroporto e queimaram algumas aeronaves", sem especificar as empresas afetadas.
A companhia aérea egípcia Egyptair também anunciou no Twitter que suspenderá temporariamente os seus voos para Cartum, a partir de hoje e por 72 horas, devido à "situação instável de segurança no Sudão".
A meio da manhã de hoje, as RSF (na sigla em inglês) afirmaram controlar o aeroporto internacional de Cartum, o maior do Sudão, informação que Al Burhan desmentiu, acrescentando que o Exército tinha a situação na capital "sob controlo".
Estes confrontos surgem dois dias depois de o Exército ter alertado que o país atravessa uma "situação perigosa" que poderia conduzir a um conflito armado, na sequência da mobilização das RSF na capital sudanesa e noutras cidades sem o consentimento ou coordenação das Forças Armadas.
Essa mobilização ocorreu durante as negociações para chegar a um acordo político definitivo que pusesse fim ao golpe de 2021 e conduzisse o Sudão a uma transição democrática, pacto cuja assinatura foi adiada duas vezes neste mês justamente por causa das tensões e rivalidades entre os Exército e as RSF.
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