"Durante este tempo temos feito exibições, mostramos alternativas ao plástico, tentamos trabalhar com artistas e ativistas locais. Estamos também a trabalhar com artesãos locais para ver o que podemos encontrar localmente que seja viável para ser alternativa ao plástico aqui de forma a diminuir ou erradicar a poluição do plástico", explicou a estudante e tripulante do 'Plastic Odyssey' Eva Romano.
Já na fase final da sua missão em São Vicente, Cabo Verde, virada para a comunidade estudantil e graças à parceria com o grupo português ETE, a expedição, que vai prolongar-se por três anos percorrendo todo o mundo a alertar para as consequências do uso do plástico, recebeu a bordo 30 alunos da ilha Santo Antão, mostrando atividades de reciclagem e educativa.
"Temos a parte da reciclagem de plásticos em que tentamos também ensinar empreendedores durante o nosso 'stopover' o que fazemos, informarmos a eles sobre a nossa máquina de reciclagem, como replicá-la, como melhorá-la, como aperfeiçoá-la, para que possam criar o seu negócio social próprio. Ao mesmo tempo, temos a parte educativa, que é mais de sensibilização e chamada de atenção, com visitas ao navio com crianças das escolas", explicou Eva Romano, que assegurou que querem continuar a visitar lugares mais afetados pela poluição por plásticos e a colaborar com agentes ligados à causa.
O navio, que atracou no Mindelo, São Vicente, em 31 de março, está equipado com uma oficina de reciclagem de plástico e os espaços habitáveis estão totalmente equipados para que a equipa possa viver durante três anos sem criar desperdícios de plástico. No seu interior, os especialistas desenvolvem soluções economicamente acessíveis para o tratamento de resíduos plásticos.
"Temos uma exposição no Centro Cultural do Mindelo para explicar alternativas ao plástico, como fazer para reduzir o seu consumo. Então é um grande ciclo de trabalho", acrescentou.
Em cada escala da expedição, o 'Plastic Odyssey' recebe a bordo jovens e estudantes para momentos de partilha e foi nesta senda que o grupo contou com o Grupo ETE na sua logística e transporte no contacto com estudantes da ilha de São Vicente e de escolas de Santo Antão.
Uma das estudantes que teve a oportunidade de aceder ao navio, acompanhada das colegas, foi Mirela Santos: "A decisão de escolher Cabo Verde é um contributo significativo para os esforços de combate da poluição por plásticos no nosso país. O vosso trabalho em comunidades educa o público sobre práticas responsáveis de gerenciamento de resíduos e inspira mudanças de comportamentos, por isso expressamos a nossa gratidão pelo vosso compromisso com o meio ambiente e dedicação em fazer a diferença em Cabo Verde e além", agradeceu a jovem estudante da localidade de Cruzinha, em Santo Antão.
O 'Plastic Odyssey' é um navio de expedição e laboratório de 40 metros que navega em todo o mundo para combater a poluição de plástico no oceano, levando uma tripulação constituída por 20 pessoas, desde marinheiros, engenheiros, mediadores, repórteres, empresários e estudantes.
A expedição tem o apoio financeiro de vários países e organizações, na sua maioria companhias francesas. Na terça-feira o navio parte para o Recife, Brasil, onde é esperado para uma escala de 27 de abril a 22 de maio.
Durante os três anos, a expedição, que começou em outubro de 2022, passará pela França, Líbano, Egito, Tunísia, Marrocos, Cabo Verde, Senegal, Guiné-Conacri, Costa Rica, Equador, Peru, Polinésia, Fiji, Papua Nova Guiné, Indonésia, Filipinas, Vietname, Malásia, Indonésia, Tailândia, Myanmar, Índia, Sri Lanka, Maldivas, Madagáscar, Moçambique, África do Sul, Angola e Costa do Marfim.
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