Reino Unido defende política externa de valores em África
O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros britânico, Andrew Mitchell, defendeu hoje uma política externa do Reino Unido em África baseada em valores, ao contrário dos interesses geopolíticos da Rússia e China.
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Mundo Reino Unido
Num discurso na abertura da conferência Reino Unido-África organizada pelo centro de estudos Royal United Services Institute (RUSI), Michel pediu "mais cooperação internacional e menos nacionalismo mesquinho".
"O que o Reino Unido sempre defendeu no sistema internacional é um conjunto de valores e de compromissos que são uma relação com os povos dos países pobres, muito diferente do posicionamento geopolítico da Rússia e da China, que é uma relação com as elites desses países e não com as populações, e uma relação que é essencialmente exploradora", afirmou.
O secretário de Estado, responsável pelos assuntos africanos, destacou as alterações climáticas, preparação sanitária para pandemias e migrações como algumas das prioridades da política externa e de desenvolvimento internacional britânica em África.
"Estamos convencidos de que podemos ganhar a discussão graças a esta sólida base de que temos valores que abordam a responsabilidade, a democracia, o mercado livre e a elevação da condição social das pessoas que vivem em circunstâncias extraordinariamente difíceis", argumentou.
No entanto, o Comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança da União Africana, Bankole Adeoye, avisou logo depois que "África não quer ser usada como um peão" na geopolítica internacional.
"O continente africano está pronto a desempenhar um papel de liderança em parcerias estimulantes, fortes e eficazes. Mas essa parceria tem de ser nos nossos próprios termos, sobre as nossas próprias prioridades e em estratégias comuns para que a parceria funcione", afirmou também na abertura da conferência.
Adeoye reiterou a reivindicação da União Africana para uma revisão da governação internacional e maior representação dos africanos em organizações internacionais como o G20 ou o Conselho de Segurança da ONU.
"O que queremos dos amigos e aliados não é uma parceria à imagem dos líderes ou dos vencedores da Segunda Guerra Mundial. A Segunda Guerra Mundial é história. Temos de mudar a ordem global para uma ordem que reflita todo o hemisfério sul e não apenas a África", enfatizou.
A Conferência Reino Unido-África 2023 do RUSI reúne ao longo do dia em Londres especialistas para discutir as questões de segurança, geopolíticas e geoeconómicas que África enfrenta e como a relação Reino Unido-África pode ser melhorada.
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, convocou uma Cimeira de Investimento Reino Unido-África para fevereiro de 2024, também em Londres, para a qual convidou os líderes de 24 países africanos, incluindo Angola e Moçambique.
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