"O ACNUR está muito alarmado com a escalada da violência no Sudão, uma vez que os primeiros refugiados que fugiram dos combates encontraram segurança no Chade", afirmou a agência da ONU em comunicado.
De acordo com as equipas do ACNUR presentes na fronteira, "nos últimos dias, cerca de 10.000 a 20.000 pessoas fugiram do conflito na região de Darfur, no Sudão, para procurar refúgio no vizinho Chade", refere a nota.
E, segundo as mesmas fontes, "a maioria" dos que chegam são mulheres e crianças, que estão atualmente ao ar livre.
Ora, o Chade Oriental "já acolhe mais de 400.000 refugiados do Sudão e os recém-chegados estão a colocar uma pressão adicional sobre os serviços e recursos públicos sobrecarregados do país", realçou.
O ACNUR disse estar a trabalhar "em estreita colaboração com o Governo do Chade e os seus parceiros para avaliar as suas necessidades e preparar uma resposta conjunta".
As necessidades iniciais, mais prementes, são água, alimentação, abrigo, cuidados de saúde, proteção infantil, e prevenção da violência baseada no género.
Além de que, devido à violência experimentada pelos que atravessam a fronteira, "o apoio psicossocial está também entre as principais prioridades", acrescenta na nota.
O ACNUR revela também que está a coordenar com as autoridades do Chade o apoio ao registo dos recém-chegados nos próximos dias, e com parceiros que estão a empreender atividades de proteção e monitorização das fronteiras em pontos-chave de entrada.
"Tragicamente, já recebemos relatórios de refugiados apanhados nos combates em curso no Sudão", disse Raouf Mazou, alto comissário Adjunto para as Operações do ACNUR.
Por isso, para o responsável citado na nota, "é urgente que o conflito cesse para evitar a perda de mais vidas".
"Reiteramos o nosso apelo a todas as partes para que protejam os civis, incluindo refugiados e deslocados, e respeitem a segurança do pessoal humanitário para que a ajuda crítica possa ser entregue", concluiu.
Os confrontos armados entre o exército sudanês e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) começaram no sábado em Cartum e outros pontos do país.
Até ao momento, a Organização Mundial de Saúde (OMS) relatou quase 300 mortos e mais de 3.000 feridos em todo o país, embora os números possam aumentar devido a batalhas urbanas.
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