Mais de 1.060 pessoas perderam a vida, incluindo 979 australianos, quando o submarino dos EUA atacou o navio de bandeira japonesa sem saber quem seguia lá dentro. Soldados japoneses, prisioneiros de guerra e civis de 14 países encontravam-se na embarcação.
A fundação Silentworld disse hoje, em comunicado, que uma equipa, apoiada pela Fugro, empresa especializada em águas profundas, e pelo Ministério da Defesa australiano, fizeram buscas no fundo do mar ao longo de mais de duas semanas até encontrar os destroços.
"A descoberta do Montevideo Maru fecha um capítulo terrível na história militar e marítima da Austrália", notou o diretor da Silentworld, John Mullen.
Os destroços do navio foram encontrados a uma profundidade de mais de quatro mil metros - superior aos do Titanic - na costa das Filipinas.
"Esperamos que as notícias de hoje tragam algum conforto aos entes queridos que mantiveram uma longa espera", reagiu o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, nas redes sociais, destacando o "esforço extraordinário por trás" da descoberta e "a promessa solene da Austrália de recordar e honrar sempre aqueles que serviram" o país.
Já o ministro da Defesa e vice-primeiro-ministro australiano, Richard Marles, referiu, em comunicado, que "estes australianos nunca foram esquecidos".
"Perdidos nas profundezas dos mares, o seu local de descanso final é agora conhecido".
A Silentworld enfatizou que nem os destroços do navio nem restos humanos ou pertences pessoais serão recuperados "por respeito a todas as famílias daqueles a bordo".
Só neste incidente perderam a vida duas vezes mais soldados australianos e civis do que em toda a Guerra do Vietname, superando o naufrágio do HMAS Sydney, em 1941, com 645 mortes, e do navio-hospital Centaur, em 1943, com 268 mortes.
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