O líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, revelou que um dos filhos do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, integrou o grupo de mercenários russo como “um simples artilheiro”.
“Vou dizer isto pela primeira vez, uma pessoa, Dmitry Sergeevich Peskov, que tem tempos teve a reputação de ser um completo liberal… Bem, o filho dele, que viveu a maior parte da sua vida na América, se não me engano, ou na Inglaterra, voltou e pediu para ser assumido como um simples artilheiro”, referiu Prigozhin, em entrevista à agência de notícias russa RIA FAN, citado pela CNN International.
Segundo o russo, o filho de Peskov “safou-se bem como um simples artilheiro de joelhos na lama num Uragan [um lançador múltiplo de mísseis]”. “Poucas pessoas sabem disto”, acrescentou.
Apesar de não ter revelado nomes, a imprensa internacional avança tratar-se de Nikolai Peskov, de 33 anos, o filho mais velho do porta-voz do Kremlin, que viveu durante alguns anos no Reino Unido com a mãe.
Yevgeny Prigozhin também não revelou quando é que o filho de Peskov combateu com o grupo de mercenários nem durante quanto tempo.
Nikolai foi notícia em setembro do ano passado, após ter sido alvo de uma ‘armadilha’ do comentador político Dmitry Nizovtsev, apresentador do programa ‘Popular Politics’, criado por apoiantes do opositor russo Alexei Navalny e emitido no Youtube.
Durante a emissão do programa, Nizovtsev ligou a Nikolai Peskov, fingindo ser um recrutador militar, e pediu que o jovem fizesse os exames médicos necessários para iniciar o recrutamento militar obrigatório no âmbito da “operação militar especial” na Ucrânia.
“Tem de entender, se sabe que eu sou o Sr. Peskov, como é errado eu ir para lá. Vou lidar com isto a outro nível”, respondeu o filho do porta-voz do Kremlin. “Não tenho problemas em defender a minha pátria - mas preciso de entender a conveniência da minha presença lá, estou a falar de certas nuances políticas”, acrescentou.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou a 24 de fevereiro de 2022 com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 14 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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