Sudão. Espanha retirou cerca de 100 pessoas, incluindo portugueses

Espanha anunciou este domingo que conseguiu retirar por via aérea cerca de uma centena de pessoas do Sudão, incluindo portugueses, no âmbito do movimento de saída de cidadãos estrangeiros e pessoal diplomático, estando o avião militar a caminho do Djibuti.

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© Omer Erdem/Anadolu Agency via Getty Images

Lusa
24/04/2023 00:03 ‧ 24/04/2023 por Lusa

Mundo

Sudão

O avião militar espanhol "descolou de Cartum pouco antes das 23h00 locais (22h00 hora de Lisboa) com cerca de uma centena de passageiros", referiu o Governo espanhol em comunicado.

Além de espanhóis, entre os passageiros há portugueses, italianos, polacos, irlandeses, mexicanos, venezuelanos, colombianos e argentinos, bem como sudaneses, detalharam fontes do Ministério da Defesa espanhol.

O Governo português tinha dito que o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) e o Ministério da Defesa Nacional estavam "a trabalhar em articulação, juntamente com outros países aliados, com vista à retirada, em segurança, dos cidadãos nacionais que se encontram no Sudão".

"Foram já contactados todos os cidadãos nacionais conhecidos no Sudão, e as diferentes situações estão a ser acompanhadas", adiantou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em comunicado hoje divulgado.

O MNE tinha adiantado à Lusa que eram pouco mais de "uma dúzia" os portugueses que se encontravam no Sudão quando eclodiram os combates, há uma semana, sendo que, contactado novamente hoje à noite, não adiantou mais informação sobre os cidadãos nacionais que as autoridades espanholas revelaram ter retirado do país.

O avião espanhol "voa com mais de 30 espanhóis e outros 70 cidadãos europeus e latino-americanos retirados de Cartum, capital do Sudão, com destino ao Djibuti, após uma operação coordenada pelos Ministérios dos Negócios Estrangeiros, União Europeia e Cooperação e da Defesa", especificou o Governo de Espanha.

"Nenhum incidente na transferência", também informou na rede social Twitter o ministro dos Negócios Estrangeiros, União Europeia e Cooperação espanhol, José Manuel Albares.

Além dos retirados na operação de hoje, um grupo de espanhóis decidiu, voluntariamente, permanecer no Sudão ou abandoná-lo por outros meios, enquanto outros conseguiram deixar o país já antes da implementação deste dispositivo.

Na operação de hoje, acrescentou o Ministério da Defesa, estiveram envolvidos cerca de 200 militares.

O Sudão entrou hoje na segunda semana de violentos combates, num conflito que opõe forças do general Abdel Fattah al-Burhane, líder de facto do país desde o golpe de 2021, e um seu ex-adjunto que se tornou um rival, o general Mohamed Hamdan Dagalo, que comanda o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).

O balanço provisório dos confrontos indica que há mais de 420 mortos e 3.700 feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Leia Também: Governo "a trabalhar" para retirar portugueses no Sudão "em segurança"

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