"Não se sabe onde está Guaidó. Não é que ele queira participar, não foi convidado. Diz que foi convidado, mas não o conheço, não tive qualquer contacto com ele", disse Álvaro Leyva aos jornalistas.
O ministro colombiano explicou que Juan Guaidó "corre riscos, porque entrou de maneira inapropriada na Colômbia".
A posição do Governo colombiano foi dada a conhecer depois de o líder opositor venezuelano, Juan Guaidó anunciar que acaba de "chegar à Colômbia, da mesma maneira que o têm feito milhões de venezuelanos, a pé".
"Vim no marco da cimeira convocada pelo Presidente Petro para esta terça-feira 25 de abril e solicitarei uma reunião com as delegações internacionais que assistirão", explica Guaidó num comunicado divulgado na sua conta do Twitter.
"Não vou parar de denunciar os crimes que lesam a humanidade cometidos pelo regime de Maduro. Exijo a liberdade dos quase 300 presos políticos que permanecem nos calabouços, que deixem de perseguir a minha família, a minha equipa e os que lutam por uma melhor Venezuela. A nossa luta é por eleições livres e pelo respeito pelos Direitos Humanos", explica.
Em 15 de abril último a Colômbia anunciou que marcou para 25 de abril um encontro internacional promovido pelo Presidente colombiano, Gustavo Petro, para promover o reatamento do diálogo entre o Governo e a oposição venezuelana.
O anúncio foi feito em Nova Iorque, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Colômbia, Álvaro Leyva, durante uma sessão do Conselho de Segurança da ONU, precisando que neste primeiro encontro não está prevista a participação nem do Governo venezuelano nem da oposição.
"Retomámos as relações diplomáticas com a Venezuela e no dia 25 desde mês terá lugar na capital, (...) em Bogotá, uma conferência com países latino-americanos, que inclui os EUA, o Canadá e países europeus, para ver como se pode levar o reatamento dos diálogos políticos que vinham avançando no México, entre os partidos da oposição e o Presidente Maduro", disse Álvaro Leyva.
Trata-se, disse, "de um gesto de paz total".
Em 18 de janeiro de 2023, o Governo venezuelano condicionou o reatamento do diálogo com a oposição à devolução dos ativos do país que estão bloqueados no estrangeiro e acusou os EUA de continuarem a ameaçar a Venezuela com novas sanções.
"Se não cumprem com a devolução, ao povo da Venezuela, dos 3,2 mil milhões de dólares que roubaram, que sequestraram e que tínhamos chegado a acordo de que devolveriam, então não há razão para continuar um diálogo com gente que não tem palavra", disse o chefe da delegação que representa o Governo na mesa de diálogo com a oposição, Jorge Rodríguez, durante uma sessão da Assembleia Nacional, onde o chavismo detém a maioria.
Em 04 de dezembro, a opositora Plataforma Unitária Democrática (PUD) da Venezuela acusou o Governo de procurar "sair dos acordos" negociados no México.
"Queremos denunciar que o regime ativou uma série de ações que procuram sair dos acordos", afirmou a oposição em comunicado, frisando que pretende "continuar as negociações sobre questões políticas" e conseguir a libertação de "presos políticos", além do regresso de "milhões de famílias e exilados" à Venezuela.
Em 25 de novembro de 2022, o Governo e a oposição da Venezuela assinaram, no México, um segundo acordo parcial em matéria de proteção social.
Em 31 de novembro, Nicolás Maduro pediu o desbloqueio dos recursos do país que estão congelados no estrangeiro e "eleições livres de sanções internacionais".
Washington respondeu que vai manter intacta a política de sanções até que sejam dados passos concretos para o "regresso da democracia" à Venezuela.
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