"O singapuriano Tangaraju Suppiah, de 46 anos, teve a sentença cumprida hoje na prisão de Changi", disse à agência de notícias France-Presse um porta-voz do serviço penitenciário de Singapura.
O homem foi executado pelas 06h00 (23h00 de terça-feira em Lisboa), disse à agência de notícias EFE Kokila Annamalai, porta-voz da organização não-governamental Transformative Justice Collective, que defende a abolição da pena de morte em Singapura.
Na terça-feira, o alto-comissário para os direitos humanos da ONU, Volker Turk, tinha pedido às autoridades do país do Sudeste Asiático que travassem a execução de Tangaraju, de origem tâmil.
"Apelamos ao governo para que reconsidere esta execução e tome medidas em direção ao pleno respeito pelo direito à vida, o mais fundamental dos direitos humanos", disse Ravina Shamdasani, porta-voz de Turk, em conferência de imprensa.
A ONU assumiu ter dúvidas de que o processo contra Tangaraju tenha decorrido com as garantias necessárias.
"A imposição da pena de morte por crimes relacionados com estupefacientes não é compatível com as normas e padrões internacionais", lembrou Shamdasani.
Preso em 2014 por uso de drogas, Tangaraju foi ligado, enquanto estava na prisão, através de uma investigação policial, a um crime de tentativa de tráfico de estupefacientes de setembro de 2013, pelo qual foi condenado à morte em 2018.
No domingo, familiares do condenado enviaram uma carta à Presidente de Singapura, Halimah Yacob, a pedir clemência.
Tangaraju, que se declarou inocente da acusação de tráfico de droga, foi o primeiro condenado a ser executado este ano em Singapura, país onde a pena de morte foi aplicada a 11 reclusos em 2022.
Singapura tem uma das políticas antidroga mais severas do mundo. Os condenados por tráfico são punidos com a pena capital, por enforcamento, a partir de 15 gramas de heroína ou 500 gramas de marijuana.
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