Três trabalhadores humanitários e dois guardas raptados na Nigéria
Três trabalhadores humanitários de uma organização não-governamental (ONG) americana e dois seguranças foram raptados na noite de terça-feira no nordeste da Nigéria, atormentado por uma insurreição 'jihadista', informaram hoje autoridades humanitárias.
© Reuters
Mundo Nigéria
Os grupos Boko Haram - que se tornou famoso pelo rapto das "meninas Chibok" em 2014 - e Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP, na sigla em inglês) operam nesta região volátil na fronteira com o Chade, o Níger e os Camarões.
As nacionalidades dos trabalhadores humanitários não foram imediatamente reveladas, mas são funcionários da FHI 360, uma ONG americana.
"A FHI 360 condena com toda a veemência o rapto de três dos seus funcionários e de dois trabalhadores contratados em Ngala, na Nigéria", declarou a porta-voz da FHI 360, Christy Delafield, num comunicado.
Ngala situa-se no estado de Borno, perto da fronteira com os Camarões.
"Estamos muito preocupados com os nossos colegas e apelamos à sua libertação incondicional, imediata e em segurança", acrescentou a porta-voz.
Segundo disse, os trabalhadores estavam a prestar cuidados médicos vitais na região.
"Não sabemos exatamente quem é o responsável", disse um alto funcionário humanitário na Nigéria, sob condição de anonimato, citado pela agência France-Presse.
No nordeste, as tropas nigerianas estão estacionadas em grandes bases militares, apelidadas de "supercampos", mas os extremistas islâmicos controlam grandes extensões do território e lançam regularmente ataques contra o exército, viajantes, aldeões e, por vezes, também trabalhadores humanitários.
A insegurança é um enorme desafio na Nigéria, o país mais populoso de África, que elegeu o seu novo Presidente, Bola Tinubu, em fevereiro, numa eleição contestada pela oposição, e que deverá tomar posse no final de maio.
Desde o início da rebelião do Boko Haram, em 2009, o conflito deixou mais de 40.000 mortos e dois milhões de deslocados na Nigéria e desencadeou uma grave crise humanitária, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
A violência alastrou-se, entretanto, aos países vizinhos Níger, Chade e Camarões.
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