Em entrevista à cadeia televisiva Telemundo, Guaidó, que tem prevista para hoje uma conferência de imprensa em Miami (Estados Unidos), indicou que tinha por objetivo que fosse escutada a voz dos venezuelanos que se opõem ao Governo da Venezuela na Conferência internacional promovida pelo Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, para abordar o processo político interno, mas na segunda-feira teve de abandonar o país.
Nas suas declarações, foi muito crítico face ao Governo colombiano, assegurando que foi ameaçado "com a deportação para uma ditadura" que o "persegue" e assinalou que o Governo da Colômbia é um "aliado" da "ditadura de Nicolás Maduro" e agradeceu aos Estados Unidos por o terem ajudado a sair da Colômbia "com segurança".
O opositor e ex-presidente da Assembleia Nacional (parlamento) da Venezuela queixou-se de ser "duplamente perseguido", em solo colombiano e venezuelano, e disse que não deixou o seu país "por gosto".
Guaidó, que chegou a Miami na madrugada de terça-feira, reiterou que não pensa pedir asilo político nos EUA, mas antes regressar à Venezuela, e indicou que vai deslocar-se a Washington nos próximos dois dias, onde o espera "uma agenda de trabalho muito intensa".
Nas suas declarações, evitou ainda responder se vai ser recebido pelo Presidente Joe Biden, e reconheceu que face à anterior administração de Donald Trump os Estados Unidos atravessam "um momento diferente", sem deixar de reconhecer a necessidade de garantir um contínuo apoio político pelos norte-americanos.
Em janeiro de 2019, após as eleições presidenciais que deram a vitória a Maduro mas com limitado reconhecimento internacional, Guaidó, então presidente da Assembleia nacional, invocou o processo de sucessão previsto na Constituição venezuelana para se proclamar presidente interino e ser reconhecido nesse cargo pelos Estados Unidos e outra meia centena de países.
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