Governo italiano perde votação parlamentar por ausência de deputados
O Governo italiano, liderado pela líder de extrema-direita Giorgia Meloni, perdeu hoje uma votação parlamentar sobre um orçamento retificativo por apenas seis votos, devido à ausência de deputados da coligação no poder.
© Getty Images
Mundo Itália
Os parlamentares reagiram com surpresa à rejeição da proposta na Câmara de Deputados, que conseguiu 195 votos a favor, seis a menos do que o número necessário para obter a maioria absoluta - que o Governo supera confortavelmente -, enquanto 105 se abstiveram e 19 votaram contra.
A proposta de retificação orçamental tinha sido aprovada, pouco antes e sem problemas, no Senado, mas a rejeição pela Câmara de Deputados impede que o documento entre em vigor.
O ministro da Economia, Giancarlo Giorgetti, justificou o resultado inesperado com um erro de cálculo:
"Não há um problema político. Acontece que os deputados ou não sabem ou não perceberam", disse Giorgetti, para assegurar que não está em causa a estabilidade dentro da coligação que apoia o Governo de Meloni.
A sessão plenária não contou com a presença de 45 deputados conservadores, embora a ausência de 18 deles tenha sido justificada por motivos oficiais, entre os quais a própria Meloni, que se encontra em viagem ao Reino Unido.
De acordo com os 'media' italianos, a Liga, partido de extrema-direita de Matteo Salvini, foi o grupo parlamentar com mais ausências injustificadas, seguida pelo partido conservador Forza Italia, liderado por Silvio Berlusconi, e pelo partido Irmãos de Itália, liderado por Meloni.
Após alguns segundos de perplexidade, os deputados da oposição aplaudiram o resultado inesperado e criticaram duramente a "total falta de responsabilidade" do Governo perante uma votação importante para a política económica da Itália.
Os populistas do Movimento 5 Estrelas (M5S) qualificaram o sucedido como "algo nunca visto".
"Este é um episódio que ilustra toda a falta de preparação deste Governo. Apesar da sua maioria, nem sequer conseguiram aprovar o principal programa de economia do nosso país", disse o vice-presidente do M5S, Michele Gubitosa, que pediu a Meloni para que compareça perante o Presidente da República Italiana, Sergio Mattarella.
Por causa do resultado desta votação parlamentar, um Conselho de Ministros extraordinário foi convocado para esta tarde, para refazer o texto rejeitado, de forma a que ele possa regressar à Câmara dos Deputados logo que possível.
A resolução proposta pela maioria autorizava um desvio orçamental de 3.400 milhões de euros em 2023 e 4.500 milhões em 2024.
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