Taiwan deteta 38 aeronaves e seis navios de guerra chineses

O Ministério da Defesa de Taiwan disse ter detetado hoje 38 aeronaves e seis navios de guerra chineses à volta da ilha, o número mais elevado desde que a China simulou um bloqueio a Taiwan, no início do mês.

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Lusa
28/04/2023 06:13 ‧ 28/04/2023 por Lusa

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Taiwan

Num comunicado, o ministério disse que 19 dos 38 aviões militares atravessaram a linha mediana que separa Taiwan da China continental e que um drone militar efetuou círculos em torno da ilha.

O comunicado referiu ainda que seis navios de guerra chineses foram avistados perto de Taiwan entre as 06:00 de quinta-feira (23:00 de quarta-feira em Lisboa) e as 06:00 de hoje (23:00 de quinta-feira em Lisboa).

Na quarta-feira, o ministério tinha anunciado que Taiwan iria simular respostas a uma "potencial invasão chinesa", durante os exercícios militares anuais designados Han Kuang, num período de crescentes tensões com Pequim.

Os Han Kuang vão dividir-se em duas fases: jogos de guerra computadorizados, que decorrem entre 15 e 19 de maio, e manobras com uso de fogo real, marcadas para o período entre 24 e 28 de julho, afirmou o general Lin Wen-huang, citado pela agência oficial, a CNA.

Os jogos computadorizados vão ser baseados numa plataforma projetada pelos Estados Unidos que permite a simulação de operações civis e militares.

As simulações vão ser realizadas ao longo de cinco dias, para "testar a capacidade militar de coordenar e executar a resposta a uma invasão chinesa", disse Lin.

Os exercícios com fogo real vão concentrar-se em testar a capacidade dos militares taiwaneses de "conservar a sua força, no caso de uma invasão em grande escala" e "realizar interceções marítimas", para evitar um bloqueio chinês à ilha.

Os aeroportos civis também vão participar das manobras, que o general descreveu como um "recurso importante para o Exército aumentar a sua flexibilidade e garantir que as forças aéreas podem sobreviver por mais tempo".

Os exercícios de Han Kuang são realizados anualmente desde 1984 para testar a prontidão de combate de Taiwan contra uma possível invasão chinesa.

A China realizou quatro dias de exercícios militares em torno de Taiwan no início do mês, em retaliação contra uma reunião na Califórnia entre a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy.

As manobras contaram com a participação do porta-aviões Shandong e incluíram um bloqueio de facto à ilha.

No final da Segunda Guerra Mundial, Taiwan integrou a República da China, sob o governo nacionalista de Chiang Kai-shek. Após a derrota contra o Partido Comunista, na guerra civil chinesa, em 1949, o Governo nacionalista refugiou-se na ilha.

Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça com a reunificação através da força, caso Taipé declare formalmente a independência.

Nos últimos anos, a China tem enviado caças e navios de guerra para perto do território com frequência quase diária.

Leia Também: Taiwan vai simular resposta a invasão chinesa em exercícios militares

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