São irmãos e têm dois filhos. Ana e Daniel querem mudar lei espanhola
Os dois estão juntos há nove anos, e os filhos têm três e cinco anos.
© Reprodução @dnielparra/ Instagram
Mundo Espanha
Ana e Daniel Parra têm o mesmo pai e dois filhos em comum, de três e cinco anos, e querem mudar a lei espanhola para que possam ser um casal 'no papel'.
A história começou com Ana, na altura com 20 anos, à procura da família paterna, contam ao jornal El Espanhol. "A minha mãe contou-me que o meu pai nos tinha deixado para formar outra família e que tinha outro filho", explicou, acrescentando que criou um perfil de Facebook com um apelido falso para procurar os parentes.
Na rede social encontrou o irmão, Daniel Parra, na altura com 17 anos. "Fiquei com medo de lhe contar a minha história, pois podia destruir o seu mundo. Ainda assim, não pude evitar contar-lhe quem era", continuou.
Passados alguns dias de começaram a falar, decidiram conhecer-se pessoalmente. Ana chegou mesmo a conhecer o pai. O rapaz começou a visitar Ana mais frequentemente quando esta mudou de casa, e os dois ficaram cada vez mais próximos. "Tentamos manter uma relação de irmãos, mas custou. Tínhamos uma relação de amigos que tinham tendência a ver-se e a contar as coisas", notou Daniel à publicação espanhola. "O Daniel passava mais tempo no meu apartamento do que na sua casa", revelou Ana.
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A relação dos dois, que já dura há nove anos, ficou cada vez mais próxima, até ao dia em que estavam numa festa. "Estávamos numa festa, aproximámo-nos lentamente e demos o nosso primeiro beijo", detalhou Ana, acrescentando que também as pessoas à volta deles já tinham notado que esta não era apenas uma relação fraternal. Depois do que se passou na festa, separaram-se. "Fomos cada um para seu lado, ficámos com vergonha do que tinha acabado de acontecer", referiu Daniel.
Os dois explicaram que decidiram não contar a mais ninguém o que se passou, e só sabendo as pessoas que estavam na festa, seguiram com a sua vida. "Tínhamos de o esquecer. É impossível ter uma relação com um irmão. Não estava nas nossas cabeças ter algo mais", expressou Ana.
À publicação espanhola conta que este distanciamento durou três dias, e que decidiram fazer uma viagem até Londres, no Reino Unido. "Foi a primeira vez em que podemos dizer que nos comportámos como um casal verdadeiro. Fomos jantar, passeámos, foi uma explosão de liberdade", conta Ana, acrescentando que foi quando voltaram a Barcelona que decidiram que iam ter uma relação.
Os dois foram a um programa de televisão contar a sua história, mas sublinham que não defendem as relações entre irmãos. "Nunca dissemos que as relações de amor entre irmãos são naturais simplesmente contámos a nossa história, não reivindicamos nada. Aconteceu conosco, é algo que não é comum, mas muitas pessoas pensam que estamos loucos por defender este tipo de relações, e também que somos imorais. Simplesmente, contámos o que se passou", apontou.
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Apesar de o incesto não ser crime desde 1978 e as crianças estarem registadas com os seus nomes como progenitores - algo que pode acontecer desde 2012, o matrimónio é o único passo que falta para os dois se tornarem num casal oficial.
"Na Suécia, por exemplo, sei que nos deixavam casar. Falámos com uma advogada e dizem-nos que não seria tão difícil, mas levaria muito tempo e dinheiro", referiu. De acordo com a publicação El Espanhol, para acontecer em Espanha, Ana teria que renunciar ao seu pai e tirar o nome do seu registo, substituindo-o por alguém que a tivesse adotado, "mas por ela ser maior de idade é muito complicado", remata Daniel.
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