Em Kurram, um distrito do noroeste da província de Khyber Pakhtunkhwa, que faz fronteira com o Afeganistão, um grupo de homens armados invadiu uma escola pública onde os alunos estavam a fazer exames.
Neste ataque, os sete professores mortos eram membros da comunidade xiita minoritária do Paquistão, frequentemente visada por extremistas associados ao Tehrik-e-Taliban Pakistan (TTP), ligado aos talibãs paquistaneses.
Segundo um porta-voz da polícia local, outro professor da mesma escola, um muçulmano sunita, foi morto a tiro na estrada num outro ataque ocorrido no início do dia também em Kurram.
Noutra zona, no Waziristão do Norte, outro distrito da província de Khyber Pakhtunkhwa, seis soldados foram mortos hoje num tiroteio, cujos pormenores estão ainda por esclarecer pelos militares, que disseram, porém, que três dos atacantes foram abatidos a tiro.
A região é um antigo reduto do TTP, um grupo autónomo aliado dos talibãs afegãos.
Até agora, ninguém reivindicou a responsabilidade pelos ataques e porta-vozes da polícia e do exército indicaram não ser claro se os incidentes estão interligados.
"Estamos a investigar todos os aspetos e, até agora, não temos ideia de quem matou os professores", afirmou o porta-voz da polícia, Abbas Ali.
O primeiro-ministro do Paquistão condenou os ataques contra os professores e ordenou uma investigação sobre os assassínios.
Estes atos de violência vêm reforçar os desafios que o Governo do primeiro-ministro paquistanês, Shahbaz Sharif, está a enfrentar num momento de recrudescimento dos ataques de militantes extremistas em todo o país.
A conquista do Afeganistão pelos talibãs, em agosto de 2021, tem encorajado o TTP a intensificar os ataques em todo o Paquistão, visando principalmente as forças de segurança.
Nas últimas semanas, as forças armadas efetuaram também múltiplas incursões em esconderijos de militantes do TTP no noroeste do país, matando e prendendo dezenas de operacionais extremistas.
Além do aumento dos ataques dos extremistas, o Governo de Sharif, que enfrenta uma crise financeira sem precedentes, está também a tentar negociar um pacote de ajuda financeira com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A crise financeira agudizou-se após as graves inundações que assolaram o Paquistão em 2022, que mataram centenas pessoas e causaram prejuízos de vários milhões de dólares.
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