"Podemos debater onde cortar, quanto gastar, onde mexer no sistema tributário para que todos paguem uma parcela justa (...), mas não sob a ameaça de suspensão de pagamentos", disse Biden, durante um discurso na Câmara de Representantes, controlada pelos Republicanos.
Biden mostrou-se satisfeito com os dados hoje divulgados sobre o desemprego, cuja taxa caiu uma décima em abril, para 3,4%, mas lembrou que a fação mais radical dos Republicanos no Congresso, próxima do ex-Presidente Donald Trump, continua a ameaçar estes progressos e a deixar o país paralisado, ao não permitir o aumento do teto da dívida.
O Presidente disse que as exigências dos Republicanos para aumentar o teto da dívida são "completamente" inaceitáveis.
Se esse aumento não for autorizado, os EUA enfrentarão, já a partir de 01 de junho, um bloqueio dos pagamentos por parte do Estado, o que pode paralisar o país.
A Câmara de Representantes aprovou um projeto de lei, em 26 de abril, para elevar o teto da dívida em troca de cortes nos gastos públicos, mas os Democratas não querem condicionar estas duas variáveis, levando Biden a avisar que irá vetar a iniciativa se ela chegar ao seu gabinete.
Também hoje, o Presidente acusou os Republicanos de quererem tornar refém o orçamento do Governo federal, ao pressionarem para que os Democratas aceitem "cortes draconianos".
O atual teto da dívida é de 31,4 biliões de dólares (cerca de 28 biliões de euros) e foi atingido em 19 de janeiro.
Nesse mesmo dia, o Departamento de Tesouro ativou medidas extraordinárias para pagar as contas e indicou que estas permitiriam que o Governo continuasse a pagar contas até 05 de junho, prazo agora antecipado para 01 do próximo mês.
"Não somos uma nação devedora, pagamos as nossas contas e algumas servem para cobrir grande parte da política externa", lembrou o Presidente.
Biden sublinhou que a dívida é um problema que o Governo federal tem vindo a acumular ao longo de vários mandatos de presidentes e congressos.
"Na próxima semana vou repetir aos líderes do Congresso que eles têm de fazer o que outros congressos fizeram (no passado), que é: aprovar o teto da dívida e evitar a suspensão dos pagamentos", concluiu o Presidente.
Vários analistas já avisaram que o não pagamento da dívida pode levar os Estados Unidos a uma recessão imediata.
Desde a década de 1970, o Congresso dos Estados Unidos aprovou o aumento ou suspensão do teto da dívida pelo menos 78 vezes.
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