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"Preparado". Líder checheno disposto a substituir Grupo Wagner em Bakhmut

O líder checheno, Ramzan Kadirov, expressou hoje a disposição para substituir o Grupo Wagner em Bakhmut com as suas unidades especiais, depois do líder dos mercenários, Yevgueni Prigozhin, ter ameaçado abandonar esta frente de combate por falta de munições.

"Preparado". Líder checheno disposto a substituir Grupo Wagner em Bakhmut
Notícias ao Minuto

21:08 - 05/05/23 por Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

"Se o irmão mais velho Prigozhin e Grupo Wagner partirem, o Estado-Maior perderá uma unidade experiente, mas o irmão mais novo Kadirov e [a unidade especial] Akhmat virão em seu lugar", disse na plataforma digital Telegram.

Kadirov afirmou que o destacamento "é questão de algumas horas" e que os seus soldados "já estão preparados para avançar e tomar a cidade".

O líder checheno disse que espera ter a firmeza do alto comando e dos soldados russos no que diz respeito ao cumprimento das ordens do comandante supremo das Forças Armadas e Presidente russo, Vladimir Putin, depois de Prigozhin lamentar a falta de apoio de Moscovo.

Kadirov lembrou que as unidades chechenas já lutaram com os mercenários do Grupo Wagner em lugares como Popasna, Severodonetsk e Lisichansk, cidades da região de Lugansk.

"Juntos cumprimos o dever sagrado perante a pátria sem divisões por etnia ou fé. Os interesses do Estado devem estar em primeiro lugar", afirmou.

Também criticou o facto do Ministério da Defesa russo não ter comentado as declarações do líder do Grupo Wagner nem manifestado disponibilidade para encontrar-se com Prigozhin, a quem elogiou pela sua "contribuição inestimável" para a libertação da região do Donbass (leste da Ucrânia).

O Grupo Wagner anunciou hoje que retirará os seus mercenários de Bakhmut em 10 de maio, numa guerra aberta com o Ministério da Defesa da Rússia por falta de munições.

"Retiro as unidades de Wagner de Bakhmut porque estão condenadas a uma morte sem sentido por falta de munições", disse Yevgueni Prigozhin, num comunicado dirigido, entre outros, ao Presidente Vladimir Putin e ao povo russo.

Bakhmut, palco desde agosto de 2022 da mais longa e sangrenta batalha da guerra na Ucrânia, é atualmente o principal objetivo da campanha militar russa.

Até agora, os mercenários e ex-presidiários recrutados por Prigozhin tomaram praticamente toda a cidade, onde os defensores ucranianos controlarão apenas 2,5 quilómetros quadrados.

Prigozhin acusou hoje os "burocratas militares" de impedi-lo de tomar Bakhmut coincidindo com o Dia da Vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazi (dia 09 de maio), alegando que os seus homens têm apenas 10% das munições de que precisam.

Por isso, pediu a Moscovo um despacho com a data da "transferência dos cargos que Wagner ocupa na cidade de Bakhmut para unidades do Exército Russo".

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa - justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.709 civis mortos e 14.666 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Ucrânia. Aplicação do acordo para exportação de cereais sem consenso

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