Medvedev - que também é líder do partido pró-Kremlin Rússia Unida - escreveu sobre Prilepin no Telegram, no qual qualifica a tentativa de assassínio como "ataque vil", realizado por "extremistas nazistas" ucranianos.
"Estamos a lidar com um inimigo covarde que procura intimidar-nos. (...) Estes crimes não ficarão impunes. Não prescrevem. As pessoas que os cometeram, assim como os seus patrocinadores ideológicos, não poderão escapar à punição", escreveu Medvedev no Telegram.
O carro de Prilepi explodiu hoje na Rússia, ferindo-o e matando o seu condutor, indicou a agência noticiosa estatal russa Tass, citando funcionários dos serviços de emergência e da polícia.
Segundo a agência AP, que se baseia na informação da Tass, o incidente que envolveu o carro de Zakhar Prilepin - um conhecido escritor nacionalista e fervoroso apoiante daquilo a que o Kremlin chama uma "operação militar especial" na Ucrânia - ocorreu na região de Nizhny Novgorod, cerca de 400 quilómetros a leste de Moscovo.
As autoridades da Rússia lançaram um processo criminal por "ataque terrorista" e anunciaram que detiveram um suspeito: um homem de 30 anos que já tinha sido condenado anteriormente
A diplomacia russa já reagiu, acusando os Estados Unidos, a NATO e a Ucrânia de planearem um "atentado terrorista" contra o escritor.
"Washington, juntamente com a NATO, alimentou uma nova célula do terrorismo internacional: o regime de Kiev", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, através do Telegram.
Contudo, para já, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, não quis comentar o ataque, afirmando que é muito cedo para saber quem está por trás dele.
Prilepin nos anos 90, lutou na Chechénia, e estava agora a regressar da frente de combate no Donbass para a sua casa na região de Novogorod.
O escritor sofreu pequenas fraturas, mas o motorista do carro faleceu.
Prilepin era o líder do partido ultranacionalista Pela Verdade que criou em 2020 e que se fundiu em 2021 com o partido Rússia Justa.
Esta foi a terceira explosão envolvendo figuras proeminentes pró-Kremlin desde o início da guerra na Ucrânia.
Em agosto de 2022, um atentado à bomba nos arredores de Moscovo matou Daria Dugina, filha de um influente teórico e pensador político russo frequentemente referido como "o cérebro de Putin". As autoridades alegaram que a Ucrânia estava por detrás da explosão.
No mês passado, uma explosão num café em São Petersburgo matou um popular bloguista militar, Vladlen Tatarsky e, mais uma vez, as autoridades culparam os serviços secretos ucranianos pela sua orquestração.
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