Elogiando a ação das autoridades russas pela detenção dos suspeito do ataque ao escritor nacionalista Zakhar Prilepin, o antigo presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, ameaçou que as longas penas de prisão podem ser "rapidamente interrompida por razões naturais, como a morte do prisioneiro", mas também por "acidentes".
Através da rede social Telegram, o responsável atentou que os suspeitos, "como outros criminosos, serão julgados pelo ataque e condenados a longas penas de prisão", este domingo.
"Mas é importante que eles e outros como eles percebam uma coisa simples - mesmo os condenados à prisão perpétua (sob as condições da moratória da pena de morte), às vezes têm incidentes e acidentes. E, então, a longa pena de prisão é rapidamente interrompida por razões naturais, como a morte do prisioneiro", atirou, acrescentando que este facto "tem um grande valor educacional para os novos sacanas que são contratados para matar".
Já no sábado, Medvedev garantiu que este "ataque vil", realizado por "extremistas nazis" ucranianos, não ficará impune.
Recorde-se que em causa está a explosão do carro do escritor pró-Kremlin, Zakhar Prilepin, que o deixou ferido e matou o seu condutor, na região de Nizhny Novgorod, a cerca de 400 quilómetros a leste de Moscovo.
Entretanto, a Rússia acusou os Estados Unidos, a NATO e a Ucrânia de planearem "um atentado terrorista" contra o escritor nacionalista, naquela que é a terceira explosão que envolve figuras proeminentes pró-Kremlin desde o início da guerra na Ucrânia.
Na verdade, de acordo com um comunicado do Comité de Investigação de Moscovo, o suspeito do atentado - identificado como Alexander Permyakov e de origem ucraniana - confessou durante o interrogatório que "agiu sob instruções dos serviços especiais ucranianos".
Por seu turno, os serviços de segurança da Ucrânia não confirmaram, nem desmentiram o envolvimento daquele país no ataque, segundo a Ukrinform.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.709 civis desde o início da guerra e 14.666 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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