"Trata-se de uma declaração monstruosa. Esta declaração, o que Budanov disse, é a confirmação direta de que o regime de Kyiv não só patrocina atividades terroristas, como organiza diretamente essas atividades", disse hoje o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, numa conferência de imprensa.
Questionado domingo por um órgão de comunicação social ocidental sobre o ataque de sábado ao escritor nacionalista russo Zakhar Prilepin, o chefe dos serviços secretos ucranianos foi contundente na resposta.
"Tudo o que vou comentar é que temos matado russos e vamos continuar a matar russos em todo o mundo até à vitória completa da Ucrânia", afirmou.
As autoridades russas disseram que o suspeito da tentativa de assassínio de Prilepin confessou estar às ordens de Kiev e criticaram o silêncio das organizações internacionais.
Segundo um comunicado do Comité de Investigação, o suspeito do atentado - identificado como Alexander Permyakov, de origem ucraniana - confessou durante o interrogatório que "agiu sob instruções dos serviços especiais ucranianos".
O carro de Prilepin explodiu na Rússia, ferindo-o e matando o seu motorista, indicou a agência noticiosa estatal russa Tass, citando funcionários dos serviços de emergência e da polícia.
Segundo a agência AP, que se baseia na informação da Tass, o incidente que envolveu o carro de Prilepin - um conhecido escritor nacionalista e fervoroso apoiante daquilo a que o Kremlin chama uma "operação militar especial" na Ucrânia - ocorreu na região de Nizhny Novgorod, cerca de 400 quilómetros a leste de Moscovo.
Hoje, as autoridades russas acusaram de terrorismo o suspeito do ataque contra Prilepin, com o Comité de Investigação da Rússia a declarar, num comunicado publicado no seu portal, que Permyakov "foi acusado de crimes nos termos do artigo 205 [ato terrorista] e 222 [tráfico ilegal de armas] do código penal russo".
Da mesma forma, sublinhou que foi pedida "a sua prisão preventiva como medida cautelar".
Peskov, nas palavras de hoje, sublinhou que as declarações de Boudanov revelam uma "característica muito importante do regime de Kyiv".
"Temos serviços especiais que vão fazer tudo o que for necessário à luz destas declarações", avisou o porta-voz do Kremlin, para quem o Ocidente não pode deixar passar em branco as palavras do chefe dos serviços secretos militares ucranianos.
"Vamos hoje acompanhar de perto a reação das capitais europeias e também de Washington - especialmente Washington -, porque é muito difícil imaginar que tais declarações terroristas de Kiev possam passar sem condenação", disse Peskov.
Por último, o porta-voz do Kremlin defendeu que as declarações de Boudanov "confirmam mais uma vez que foi correta" a decisão do Presidente russo, Vladimir Putin, de iniciar a operação militar especial na Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022.
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