Papa defende urgência de gestos humanos em encontro com Zelensky
O Papa Francisco afirmou hoje ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no Vaticano, que há uma necessidade urgente de gestos humanos na Ucrânia devastada pela guerra.
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Mundo Guerra na Ucrânia
Os temas da conversa entre o Papa Francisco e Zelensky, no encontro que durou cerca de 40 minutos, estiveram relacionados com "a situação humanitária e política na Ucrânia, causada pela atual guerra", referiu o Vaticano em comunicado.
O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, disse que o Papa deu nota das suas "constantes orações" testemunhadas pelos "vários apelos públicos" que fez, ao "rezar ao Senhor pela paz desde fevereiro do ano passado".
"Ambos [os líderes] concordaram na necessidade de prosseguir os esforços humanitários de apoio à população", salientou.
O Papa Francisco realçou ainda a "necessidade urgente de gestos de humanidade para com as pessoas mais frágeis, as vítimas inocentes do conflito", afirmou o porta-voz do Vaticano.
Por sua vez, Zelenski manifestou ao Papa a sua "grande honra" em vê-lo, enquanto segurava a mão junto ao seu coração, tendo o pontífice agradecido "a visita", segundo imagens de televisão registadas no início do encontro, que já terminou.
O Papa ofereceu a Zelensky uma obra de arte em bronze representando um ramo de oliveira, símbolo da paz, bem como a Mensagem para a Paz deste ano, a encíclica sobre a Fraternidade e a Amizade Social e uma documento sobre a paz na Ucrânia.
O líder ucraniano, por seu turno, ofereceu-lhe uma obra de arte feita com um colete à prova de bala e um quadro intitulado "Perda", sobre a morte de crianças durante o conflito.
Este é o primeiro encontro do Papa Francisco com o Presidente ucraniano desde o início da guerra, embora os dois já se conheçam, porque Francisco recebeu Zelenski em audiência a 08 de fevereiro de 2020, quando falaram sobre "a situação humanitária e a procura da paz" no contexto do conflito que já assolava a Ucrânia desde 2014.
Este novo encontro surge no âmbito da missão de paz do Vaticano, anunciada pelo Papa no voo de regresso da sua recente viagem à Hungria, cujos pormenores ainda não são conhecidos, embora uma fonte do Vaticano tenha afirmado à comunicação social russa que o encontro "não estava diretamente relacionado" com a mesma e que Zelenski solicitou a reunião com Francisco "apenas há alguns dias".
Além disso, o encontro ocorre numa altura em que se espera uma contraofensiva ucraniana iminente, com a qual Kiev pretende recuperar grande parte do território ocupado pelo exército russo.
Por todas estas razões, o encontro suscitou grandes expectativas, segundo a agência Efe, pois muitos esperavam que fosse um ponto de partida para negociações difíceis e complexas, nomeadamente a questão humanitária.
No dia 27 de abril, o Papa recebeu o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, que reiterou o seu convite para visitar a Ucrânia, viagem à qual Francisco sempre respondeu que faria quando pudesse ir também a Moscovo.
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