PM francesa diz-se aberta ao diálogo com sindicatos e patrões
A primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, assegura que está aberta ao reinício do diálogo social, esta semana, com as organizações sindicais e patronais, após meses de desencontro sobre a reforma das pensões.
© Lusa
Mundo Élisabeth Borne
"Estou a ouvir", afirma Borne em entrevista publicada hoje no Le Journal Du Dimanche, na qual assegura que "jamais foi cortada a comunicação" com os dirigentes sindicais.
Borne vai reunir-se separadamente, na terça-feira e na quarta-feira, com os responsáveis dos principais sindicatos e das organizações empresariais, numa tentativa de retomar o diálogo social, após vários meses de interrupção pela polémica aprovação da reforma das pensões.
Apesar de os sindicatos recusarem reunir-se com o Governo sem tratar das pensões, finalmente acederam a tratar de outras questões que consideram muito urgentes, como a valorização dos salários, perante a persistência do aumento da inflação, ou a segurança no trabalho.
No dia 08 de junho, a Assembleia Nacional debaterá uma proposta de lei do grupo de centro direita regionalista LIOT, para anular o recuo na idade da reforma.
Borne considera "irresponsável" fazer a população acreditar que esta proposta pode prosperar.
Acrescentou que os promotores da medida estão a dizer aos franceses que não devem preocupar-se com o equilíbrio financeiro do sistema de pensões e defendeu que o atual desequilíbrio pode agravar-se. "Mentir aos franceses é algo grave", afirma.
O reinício do diálogo social ocorrerá, apesar se manterem propostas contra a reforma das pensões e em 06 de junho, dois dias antes do debate na Assembleia Nacional, os sindicatos organizam outra jornada nacional de mobilização.
A primeira-ministra, a segunda mulher a exercer o cargo na história de França, que na terça-feira cumprirá um ano de mandato, considera que 27 leis aprovadas num parlamento no qual o macronismo não tem maioria absoluta é "um balanço sólido e coerente com os compromissos do Presidente", Emmanuel Macron.
Após a reunião mal sucedida que Borne manteve com os sindicatos em 05 de abril, pouco antes da promulgação da lei das aposentações que aumenta a idade de reforma de 62 para os 64 anos, a primeira-ministra volta a convocá-los ao Palácio Matignon.
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