Zelensky diz que contraofensiva não visa atacar o território russo

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje que o seu país está a preparar uma contraofensiva para libertar as áreas ocupadas pela Rússia e não a atacar o território russo.

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Lusa
14/05/2023 11:37 ‧ 14/05/2023 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Zelensky que falava em Berlim (Alemanha), durante uma conferência de imprensa conjunta com o chanceler alemão, Olaf Scholz, disse, citado pela Associated Press, que o objetivo da Ucrânia é "libertar os territórios dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas".

Olaf Scholz afirmou ao Presidente ucraniano que a Alemanha apoiará a Ucrânia "durante o tempo que for necessário".

O chanceler acrescentou que o apoio de Berlim a Kyiv, incluindo em armamentos, totalizou até agora 17 mil milhões de euros.

De acordo com a agência de notícias francesa AFP, o Presidente ucraniano saudou o apoio da Alemanha, que descreveu como um "verdadeiro amigo" e "aliado confiável", após o anúncio de uma nova entrega de armas para apoiar a contraofensiva que está a ser preparada contra a Rússia.

"No período mais difícil da história moderna da Ucrânia, a Alemanha provou ser o nosso verdadeiro amigo e o nosso aliado de confiança", afirmou em inglês, acrescentando depois, em alemão: "Danke Deutschland" ("Obrigado Alemanha").

Volodymyr Zelensky foi recebido hoje com honras militares pelo chanceler alemão, na sua primeira visita à Alemanha desde que a Rússia invadiu a Ucrânia.

Zelensky está a visitar os aliados em busca de mais entregas de armas para ajudar o seu país a defender-se da invasão russa e de fundos para reconstruir o que foi destruído por mais de um ano de conflito devastador.

Na véspera da sua chegada - que decorre num ambiente de segurança apertada - o Governo alemão anunciou um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia no valor de mais de 2.700 milhões de euros (3.000 milhões de dólares), incluindo tanques, sistemas antiaéreos e munições.

Durante algum tempo criticada por Kyiv e pelos parceiros europeus, especialmente da Europa de Leste, pela tímida ajuda militar à Ucrânia, a Alemanha intensificou, desde há vários meses, esforços nesse domínio e já prometeu 14 Leopard-2 A6 das reservas do seu exército (Bundeswehr), que são mais eficientes do que os Leopard-1 que fazem parte do novo plano de ajuda, e começou também a treinar soldados ucranianos com estes tanques.

Entretanto, o jornal Washington Post divulgou hoje que Volodymyr Zelensky terá admitido "em privado" a hipótese de atacar e conquistar território russo e de fazer explodir o oleoduto que fornece petróleo russo à Hungria, de acordo com documentos dos serviços secretos norte-americanos que registam as comunicações internas entre o Presidente ucraniano e os seus chefes militares.

Até agora, Zelensky tem conquistado o apoio dos seus aliados ocidentais com promessas de que nunca utilizará as armas que estes lhe dão para atacar o território russo, mas, segundo estas fontes, citadas pela Europa Press, especula "sobre ações ofensivas e a utilização de mísseis de longo alcance para atacar alvos dentro do território russo".

As comunicações digitais de Zelensky terão sido intercetadas pelos Estados Unidos da América (EUA), que transmitiram esta informação aos seus chefes militares e, até ao momento, o Pentágono não contestou esta informação.

Nestas comunicações, por vezes é Zelensky que trava as propostas dos seus conselheiros, mas outras vezes é o próprio Presidente ucraniano que propõe ações ofensivas arriscadas, como num texto do final de janeiro,, em que sugere "atacar na Rússia" e "ocupar cidades fronteiriças russas" para "dar a Kyiv algo para negociar com Moscovo".

Já em meados de Fevereiro, Zelensky terá sugerido à vice-primeira-ministra, Yulia Sviridenko, que "rebentasse" com o oleoduto Druzhba, um oleoduto da era soviética através do qual a Hungria recebe petróleo russo.

O Washington Post questionou Zelensky, em Kyiv, sobre estas notícias, com o líder ucraniano a classificar as especulações sobre a ocupação de território russo pela Ucrânia como "fantasias".

"A Ucrânia tem todo o direito de se proteger e estamos a fazê-lo (...). Quando tantas pessoas morreram em valas comuns e o nosso povo foi torturado, penso que temos o direito de utilizar todos os truques", defendeu o líder ucraniano.

Os documentos foram publicados na rede social Discord e têm como fonte Jack Teixeira, um membro da Guarda Aérea Nacional de Massachusetts que já está a ser investigado.

[Notícia atualizada às 14h46]

Leia Também: Kyiv denuncia ataque russo em Ternopil, cidade do duo que foi à Eurovisão

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