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EUA denunciam perseguição a padres católicos pelo Governo da Nicarágua

Os Estados Unidos denunciaram hoje perseguições contra padres católicos por parte do Governo de Daniel Ortega na Nicarágua, de acordo com o seu relatório anual sobre liberdade religiosa que inclui também abuso na China, Irão e Rússia.

EUA denunciam perseguição a padres católicos pelo Governo da Nicarágua
Notícias ao Minuto

06:54 - 16/05/23 por Lusa

Mundo Igreja Católica

"Os defensores dos direitos humanos têm dado o alarme pelos ataques contra a Igreja Católica por parte do regime de Ortega na Nicarágua", referiu o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, numa conferência de imprensa para apresentação do relatório.

Mais de 160 ataques contra membros da igreja foram registados naquele país, alertou o chefe da diplomacia norte-americana, citando dados da ativista nicaraguense Martha Patricia Molina.

Entre estes, Blinken destacou o caso da "detenção injusta" do bispo Rolando José Álvarez Lagos, condenado a 26 anos de prisão por se recusar a ser exilado pelo Governo Ortega para território norte-americano.

Nicarágua vive uma crise política e social desde abril de 2018, que se agravou após as polémicas eleições gerais de 07 de novembro de 2021, nas quais Ortega foi reeleito para um quinto mandato, o quarto consecutivo e o segundo com a sua mulher como vice-presidente, sendo que os seus principais opositores estavam na prisão ou no exílio.

"Em muitas partes do mundo, os governos continuam a perseguir as minorias religiosas, utilizando tortura ou os chamados campos de reeducação", lamentou ainda Blinken durante a apresentação do relatório.

O secretário de Estado destacou mais um ano em que decorreu o "genocídio e crimes contra a humanidade" sofridos pelos muçulmanos uigures em Xinjiang pelas autoridades chinesas.

Blinken também aludiu à perseguição da população iraniana em resposta aos protestos pela morte de Mahsa Amini, que morreu no ano passado após ser presa por utilizar o véu de forma incorreta

O governante norte-americano também criticou a "repressão das minorias religiosas pelo regime militar" do Myanmar (antiga Birmânia), acusado por Washington de genocídio por ataques à comunidade muçulmana Rohingya.

Na mesma conferência de imprensa, o embaixador geral para a Liberdade Religiosa do Departamento de Estado, Rashad Hussain, denunciou que a Rússia "continua a atacar comunidades religiosas dentro e fora das suas fronteiras".

Além disso, o relatório também se refere ao Afeganistão, onde as pessoas "devem esconder a sua identidade religiosa ou fugir para salvar suas vidas", adiantou.

Hussain saudou as "medidas recentes tomadas" pela Arábia Saudita em relação à "tolerância religiosa", mas enfatizou que a prática pública de qualquer fé que não seja o Islão "permanece ilegal" no país.

Da mesma forma, Blinken reivindicou os avanços ocorridos em 2022 e deu como exemplo o caso da Bélgica, que "reconheceu formalmente a condição de minoria budista", que habilita organizações religiosas budistas a ensinar sua fé em escolas públicas e, se houver, a solicitar financiamento federal para isso.

O secretário de Estado também elogiou o esforço do Brasil, cujos legisladores estabeleceram garantias de liberdade religiosa para comunidades indígenas e afro-brasileiras a nível municipal e estadual.

"Os Estados Unidos continuarão a trabalhar para defender e promover a liberdade religiosa aqui em casa", acrescentou Blinken, reconhecendo que o seu país também enfrenta desafios nessa área.

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