EUA denunciam perseguição a padres católicos pelo Governo da Nicarágua
Os Estados Unidos denunciaram hoje perseguições contra padres católicos por parte do Governo de Daniel Ortega na Nicarágua, de acordo com o seu relatório anual sobre liberdade religiosa que inclui também abuso na China, Irão e Rússia.
© Shutterstock
Mundo Igreja Católica
"Os defensores dos direitos humanos têm dado o alarme pelos ataques contra a Igreja Católica por parte do regime de Ortega na Nicarágua", referiu o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, numa conferência de imprensa para apresentação do relatório.
Mais de 160 ataques contra membros da igreja foram registados naquele país, alertou o chefe da diplomacia norte-americana, citando dados da ativista nicaraguense Martha Patricia Molina.
Entre estes, Blinken destacou o caso da "detenção injusta" do bispo Rolando José Álvarez Lagos, condenado a 26 anos de prisão por se recusar a ser exilado pelo Governo Ortega para território norte-americano.
Nicarágua vive uma crise política e social desde abril de 2018, que se agravou após as polémicas eleições gerais de 07 de novembro de 2021, nas quais Ortega foi reeleito para um quinto mandato, o quarto consecutivo e o segundo com a sua mulher como vice-presidente, sendo que os seus principais opositores estavam na prisão ou no exílio.
"Em muitas partes do mundo, os governos continuam a perseguir as minorias religiosas, utilizando tortura ou os chamados campos de reeducação", lamentou ainda Blinken durante a apresentação do relatório.
O secretário de Estado destacou mais um ano em que decorreu o "genocídio e crimes contra a humanidade" sofridos pelos muçulmanos uigures em Xinjiang pelas autoridades chinesas.
Blinken também aludiu à perseguição da população iraniana em resposta aos protestos pela morte de Mahsa Amini, que morreu no ano passado após ser presa por utilizar o véu de forma incorreta
O governante norte-americano também criticou a "repressão das minorias religiosas pelo regime militar" do Myanmar (antiga Birmânia), acusado por Washington de genocídio por ataques à comunidade muçulmana Rohingya.
Na mesma conferência de imprensa, o embaixador geral para a Liberdade Religiosa do Departamento de Estado, Rashad Hussain, denunciou que a Rússia "continua a atacar comunidades religiosas dentro e fora das suas fronteiras".
Além disso, o relatório também se refere ao Afeganistão, onde as pessoas "devem esconder a sua identidade religiosa ou fugir para salvar suas vidas", adiantou.
Hussain saudou as "medidas recentes tomadas" pela Arábia Saudita em relação à "tolerância religiosa", mas enfatizou que a prática pública de qualquer fé que não seja o Islão "permanece ilegal" no país.
Da mesma forma, Blinken reivindicou os avanços ocorridos em 2022 e deu como exemplo o caso da Bélgica, que "reconheceu formalmente a condição de minoria budista", que habilita organizações religiosas budistas a ensinar sua fé em escolas públicas e, se houver, a solicitar financiamento federal para isso.
O secretário de Estado também elogiou o esforço do Brasil, cujos legisladores estabeleceram garantias de liberdade religiosa para comunidades indígenas e afro-brasileiras a nível municipal e estadual.
"Os Estados Unidos continuarão a trabalhar para defender e promover a liberdade religiosa aqui em casa", acrescentou Blinken, reconhecendo que o seu país também enfrenta desafios nessa área.
Leia Também: Padres franceses vão usar QR code para provar que estão aptos a celebrar
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com