O cirurgião e a mulher, Jocelyn Elliott, foram raptados por fundamentalistas islâmicos ligados à Al-Qaeda em 15 de janeiro de 2016, no norte do Burkina Faso.
A mulher foi libertada três semanas depois do rapto no vizinho Níger. O então presidente do Níger, Mahamadou Issoufou, disse na altura ter trabalhado com os serviços de inteligência de Burkina Faso para garantir a sua libertação.
O casal vivia no Burkina Faso desde 1972, gerindo uma clínica e realizando trabalhos humanitários na cidade de Djibo, no nordeste do país, perto da fronteira com o Níger e o Mali.
O grupo militante por trás do sequestro, Al-Qaida no Magrebe Islâmico (AQMI), ganhou notoriedade em grande parte através de operações de sequestro visando trabalhadores humanitários e turistas estrangeiros.
No dia em que o casal australiano foi sequestrado, a organização atacou e tomou reféns no hotel Splendid, na capital do Burkina Faso, Ouagadougou, algo que resultou em mais de 20 mortos, incluindo vítimas de 18 nacionalidades.
O grupo assumiu a responsabilidade por esse ataque e outros ataques de alto nível na África Ocidental, incluindo a morte de 20 pessoas durante um ataque a um outro hotel na capital do Mali, Bamaco, meses antes.
Em julho de 2017, a AQMI publicou um vídeo mostrando seis reféns, incluindo Kenneth Elliott.
Elliott voltou à Austrália na noite de quinta-feira, disse a ministra dos Negócios Estrangeiros australiana a jornalistas, garantindo que não foi pago qualquer resgate para obter a liberdade do médico.
"O governo australiano tem uma política clara de não pagar resgates", disse Penny Wong.
O octogenário "está seguro e reunido com a sua esposa, Jocelyn, e os seus filhos", disse a ministra, que elogiou a "força e resiliência" de Elliott, da esposa e da família nas "mais difíceis circunstâncias".
"Estou muito feliz que a sua libertação tenha sido garantida e que ele esteja mais uma vez seguro com sua família", acrescentou Wong.
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