Na última quarta-feira, "grupos armados efetuaram uma incursão em Bilguimdouré", na província centro-oriental de Koulpélogo, na fronteira com o Gana e o Togo, "matando cerca de dez pessoas", disse à agência de notícias francesa AFP um responsável local. Já na segunda-feira, um outro ataque numa aldeia vizinha de Kaongo fez pelo menos "onze mortos", acrescentou.
Os ataques tambéme foram confirmados à AFP por fontes de segurança.
Nos dois ataques, "casas e lojas foram incendiadas pelos assaltantes, que também levaram gado", segundo a mesma fonte.
Estes ataques foram confirmados por fontes de segurança, que afirmaram que "as operações estão a decorrer na região", sem dar pormenores de números.
Contactados pela AFP, os habitantes da comuna de Sangha confirmaram igualmente os dois ataques, afirmando que "as pessoas estão desesperadas a tentar fugir das suas localidades, com receio de novos ataques".
Segundo estes habitantes, os grupos armados ordenaram à população de Soudougui, outra comuna da província, "que esvaziasse várias aldeias ou enfrentaria represálias nos dias seguintes".
A província de Koulpélogo, onde o recolher obrigatório está em vigor há vários meses, é alvo de ataques recorrentes, apesar das operações contra o terrorismo levadas a cabo pelo exército e pelos seus auxiliares civis.
Em meados de abril, pelo menos 24 pessoas, entre as quais 20 Voluntários para a Defesa da Pátria (VDP), auxiliares civis do exército, foram mortas em dois atentados perpetrados por presumíveis terroristas na região Centro-Leste, perto das fronteiras com o Gana e o Togo.
O Burkina Faso, que foi palco de dois golpes de Estado militares em 2022, está mergulhado, desde 2015, numa espiral de violência terrorista que começou no Mali e no Níger alguns anos antes e se estendeu para além das suas fronteiras.
A violência já causou a morte de mais de 10.000 civis e soldados nos últimos sete anos, segundo as ONG, e mais de dois milhões de pessoas estão deslocadas internamente.
Na sexta-feira, o governo australiano anunciou que um dos seus cidadãos, Kenneth Elliott, um médico de 88 anos, tinha sido libertado sete anos depois de ter sido raptado por terroristas ligados à Al-Qaeda no Burkina Faso. Regressou à Austrália na quinta-feira à noite.
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