Teto da dívida? Biden considera "inaceitáveis" propostas dos republicanos

O Presidente norte-americano, Joe Biden, considerou hoje inaceitáveis as propostas republicanas sobre o teto da dívida dos Estados Unidos, mas admitiu ser ainda possível um acordo para evitar que o país entre em incumprimento.

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Lusa
21/05/2023 14:26 ‧ 21/05/2023 por Lusa

Mundo

Estados Unidos

"É tempo de a outra parte abandonar as suas posições extremas, porque muito do que já propuseram é simplesmente, francamente, inaceitável", disse Biden na cidade japonesa de Hiroshima, no final da cimeira do G7.

Biden disse que ia falar diretamente com o líder republicano na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, durante o voo de hoje de regresso a Washington.

"Podemos encontrar um acordo", afirmou, citado pela agência francesa AFP.

As negociações prosseguiram sem a presença de Biden, que viajou para Hiroshima para a cimeira do grupo das democracias mais desenvolvidas, formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, mais a União Europeia.

Depois de Hiroshima, Biden deveria participar no Fórum das Ilhas do Pacífico na Papua Nova Guiné, na segunda-feira, a que se seguiria uma cimeira do Quad (Estados Unidos, Austrália, Índia e Japão), na cidade australiana de Sydney, na quarta-feira.

No entanto, cancelou essas deslocações para regressar hoje mesmo aos Estados Unidos devido à crise sobre o teto da dívida.

Se democratas e republicanos não chegarem a um acordo, os Estados Unidos poderão entrar em incumprimento já em 01 de junho, com consequências potencialmente catastróficas para a economia norte-americana e mesmo mundial.

Biden admitiu, na conferência de imprensa em Hiroshima, que também está a considerar a possibilidade de utilizar a Constituição para evitar que o país entre em incumprimento do pagamento da dívida.

"Estou a analisar a 14.ª emenda", disse, referindo-se ao artigo que estipula que "a validade da dívida pública dos Estados Unidos [...] não deve ser questionada".

Teoricamente, a aplicação deste artigo permite contornar a obrigação de aumentar o teto da dívida, embora esta interpretação seja muito controversa entre os juristas, segundo a AFP.

Os republicanos exigem a redução da despesa federal para os níveis de 2022, o que significa cortar 130 mil milhões de dólares (120 mil milhões de euros, ao câmbio atual) no orçamento.

A Casa Branca disse que os republicanos apresentaram uma proposta, na sexta-feira à noite, que "representava um grande passo atrás".

A proposta "continha um conjunto de exigências partidárias extremas que nunca poderiam ser aprovadas pelas duas câmaras do Congresso", disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, num comunicado.

Segundo a porta-voz, as dificuldades estão a ser colocadas por elementos do Partido Republicano próximos do ex-Presidente Donald Trump.

"Estão a ameaçar colocar a nossa nação em incumprimento pela primeira vez na nossa história", afirmou.

McCarthy também disse na rede social Twitter, no sábado à noite, que "a Casa Branca deu um passo atrás nas negociações".

"Infelizmente, a ala esquerda do Partido Democrata parece estar no comando, especialmente com o Presidente Biden fora do país", lamentou.

Leia Também: Zelensky nega conquista de Bakhmut e compara destruição à de Hiroshima

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