Putin agradece a líder sérvio-bósnio pela "neutralidade" sobre a guerra
O presidente russo, Vladimir Putin, agradeceu esta terça-feira ao líder sérvio da Bósnia-Herzegovina, o nacionalista pró-Rússia Milorad Dodik, pela sua neutralidade em relação à guerra na Ucrânia.
© ALEXEI BABUSHKIN/SPUTNIK/AFP via Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
"Estamos gratos pela sua posição neutra em relação aos acontecimentos na Ucrânia. Somente tal posição pode levar a um resultado positivo", realçou Putin durante um encontro com Dodik no Kremlin, de acordo com a agência de notícias russa Interfax.
Dodik, por sua vez, admitiu que a entidade sérvia que dirige está sob "grande pressão" precisamente pela sua posição sobre o conflito na Ucrânia.
"A Republika Srpska mantém-se firme na sua posição. Somos contra a política que tenta colocar a culpa apenas em uma das partes. Entendemos que esta não é uma guerra entre a Ucrânia e a Rússia. É um confronto com o Ocidente que tenta usar a Rússia como um meio para escalar esta guerra", sublinhou.
O representante sérvio-bósnio na presidência tripartida da Bósnia Herzegovina destacou também que a Rússia tentou atuar no campo da segurança para obter garantias ocidentais, mas que "foi forçada a iniciar a operação militar especial".
"Quero expressar o meu desejo de que termine o mais rápido possível. Nós, é claro, queremos que haja paz", concluiu.
Em janeiro, Dodik tinha anunciado que condecoraria o líder do Kremlin pelo seu apoio à Republika Srpska, decisão que a União Europeia (UE) considerou "deplorável".
Na semana passada, comissário europeu para a Vizinhança e o Alargamento da UE, Olivér Várhelyi, alertou que quem se aproxima da Rússia está a afastar-se da UE.
Em 1995, um acordo de paz negociado pelos Estados Unidos encerrou uma guerra na Bósnia que deixou pelo menos 100.000 mortos e milhões de desalojados e deslocados, tendo deixado o país profundamente dividido entre os seus três principais grupos étnicos.
Moscovo tem explorado as divisões ao apoiar tacitamente as políticas separatistas de Dodik.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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