Um tribunal federal de Massachusetts, nos Estados Unidos, condenou dois homens, pai e filho, na segunda-feira, por levarem a cabo um esquema de lotaria que lhes valeu 20 milhões de dólares, cerca de 19 milhões de euros.
O esquema permitiu ainda, de acordo com o que os procuradores explicaram, que estes 'fugissem' a impostos no valor de seis milhões de dólares, cerca de 5,6 milhões de euros
Em comunicado, os responsáveis explicaram que o pai, de 63 anos, foi condenado a cinco anos na prisão, e o filho a 50 meses.
Os homens foram considerados culpados, em dezembro, de uma acusação de conspiração para defraudar o Internal Revenue Service (IRS), uma acusação de conspiração de lavagem de dinheiro e uma acusação de apresentação de uma declaração de imposto falsa.
"Este caso é, na sua origem, uma esquema de fraude fiscal elaborado. Durante uma década, esta equipa de filho e pai defraudaram a Comissão de Lotaria Estatal de Massachussetts [State Lottery Commission] e o IRS, acumulando milhões de dólares dos contribuintes", explicou a procuradoria na nota, referindo que os condenados construíram uma "larga rede" e propagaram o esquema pelo estado.
Mohamed Jaafar, filho do acusado mais velho, estava também envolvido no esquema, mas deu-se como culpado no ano passado e será julgado em julho.
Como funcionava o esquema?
“De pelo menos 2011 até pelo menos junho de 2020, os réus conspiraram com outros conhecidos e desconhecidos do grande júri para lavar os fundos dos ganhos da lotaria do estado de Massachusetts de outros”, explica a acusação, referindo-se aos três familiares.
Os homens compravam bilhetes de lotaria premiados a pessoas que não queriam reclamar o prémio, explicam os responsáveis na nota. Dessa forma, o verdadeiro vencedor evitava ser identificado, já que os responsáveis da lotaria seriam obrigados a “reter impostos pendentes, impostos atrasados e pagamentos de pensão alimentícia” antes de o entregar.
Neste esquema estavam ainda envolvidos dezenas de retalhistas que "facilitavam a transação", e que agora perdem a sua licença.
De acordo com o que é explicado, foram comprados mais de 14 mil bilhetes de lotaria, que totalizaram os 20 milhões de dólares.
Os réus terão ainda ganhado mais dinheiro ao colocar "os ganhos nas suas declarações de imposto de renda e reivindicar perdas equivalentes em jogos de azar falsos como compensação, evitando assim o imposto de renda federal e recebendo restituições fraudulentas de impostos”.
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