Ioannis Sarmas, de 66 anos, presidente do Tribunal de Contas, foi hoje nomeado pela Presidente da República grega, Katerina Sakellaropulu, depois do fracasso -- pretendido pelos principais partidos - das tentativas para formar um Governo de coligação.
O alto magistrado, que tem nomeadamente um doutoramento em Direitos Humanos concluído em Paris, deverá formar um novo executivo até sexta-feira.
"O Governo interino terá como único poder aplicar a lei" e "organizar as eleições", sublinhou Sarmas no final da breve cerimónia de posse.
Vassilis Kaskarelis, antigo embaixador e negociador para a adesão de Chipre à União Europeia nos anos 2000, foi nomeado chefe da diplomacia interino.
Para a pasta da Defesa, foi nomeado Alkiviadis Stephanis, ex-chefe do Estado Maior das Forças Armadas gregas, e, para o Ministério das Finanças, Theodoros Pelagidis, professor de Economia da Universidade do Pireu.
Apenas um quarto dos 20 novos ministros interinos são mulheres, num país onde a política continua a ser um assunto masculino: na pasta do Emprego, Patrina Paparrigopulu; na da Saúde, Anastasia Kotanidu; no Interior, Kalliopi Spanu; no Desenvolvimento, Eleni Luri; e no Turismo, Ioanna Dretta.
Os 300 deputados eleitos no passado domingo, 21 de maio, reunir-se-ão pela primeira vez no próximo domingo no parlamento, que será dissolvido no dia seguinte, quando a data das eleições for oficialmente anunciada.
Elas realizar-se-ão muito provavelmente a 25 de junho, como deseja o agora ex-primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis.
Ioannis Sarmas, cujo mandato terminará após o próximo escrutínio, sucede a Kyriakos Mitsotakis, líder do partido de direita Nova Democracia (ND), que venceu as eleições de 21 de maio, com 40% dos votos.
Apesar da vitória, Mitsotakis não conseguiu alcançar a maioria absoluta como era seu objetivo e, por isso, apelou imediatamente para a realização de novas legislativas.
Está a contar com a atribuição de um bónus de até 50 assentos parlamentares ao partido com o melhor resultado nesse segundo escrutínio, que terá um sistema diferente de contagem dos votos -- uma vantagem que poderá permitir-lhe obter a maioria absoluta, segundo os seus cálculos.
O ex-primeiro-ministro de esquerda Alexis Tsipras, cujo partido, o Syriza, conquistou apenas 71 mandatos parlamentares, reconheceu ter sofrido "um choque doloroso" e "inesperado" no domingo, com apenas cerca de 20% dos votos, menos de metade que o seu principal adversário.
Comprometeu-se, contudo, a "travar uma nova batalha" contra um Governo "todo-poderoso" de direita, "que seria mau para a democracia".
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