Republicanos ocupam espaço público na negociação sobre dívida dos EUA
Enquanto as negociações sobre o limite da dívida dos EUA prosseguem são os republicanos que têm tido o destaque público, com o campo do presidente democrata Joe Biden a optar pela discrição.
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Mundo Dívida
O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Kevin McCarthy, aparece no Capitólio a dizer que a Casa Branca recusa ceder na despesa orçamental, que ele quer reduzir. Horas depois, o mesmo McCarthy aparece a dizer a jornalistas que a única cedência que os republicanos vão fazer é apenas a da elevação do limite da dívida.
Enquanto as duas partes negoceiam, apenas os republicanos aparecem em público a falar para procurar moldar a perceção pública sobre a negociação.
Biden optou de forma deliberada pela discrição, enquanto a sua equipa negoceia, segundo fontes da Casa Branca. Na sua opinião, adiantaram, falar em público sobre as negociações não ajuda a alcançar qualquer resultado.
Já McCarthy, pelo contrário, está particularmente falador nestes dias, ao procurar definir agressivamente os termos do debate público.
Em comparação, Biden tem dito pouco em termos públicos desde que regressou do Japão onde esteve na cimeira do G7.
Falou durante menos de três minutos, quando abriu a reunião com McCarthy,a na Sala Oval, ao fim da tarde de segunda-feira, e esteve estado calado até hoje, quando fez uma atualização curta, no Jardim das Rosas, antes da cerimónia de nomeação do general Charles Q. Brown, como futuro presidente do Estado-Maior Conjunto dos Ramos Militares.
O incumprimento, disse, iria prejudicar os norte-americanos, qualquer que seja a sua condição financeira. Tem de haver um acordo bipartidário, disse, garantindo: "Não vai haver incumprimento".
Principal mensageiro das posições da Casa Branca tem sido a assessora de imprensa, Karine Jean-Pierre, nas suas conferências de imprensa diárias.
Na quarta-feira, começou por realçar comentários do congressista republicano Matt Gaetz, eleito pelo Estado da Florida, que disse abertamente que os republicanos estavam a manter o limite da dívida como "refém" nas negociações com a Casa Branca.
"Esta é uma crise produzida", acusou Jean-Pierre, que não avançou qualquer detalhe sobre as negociações.
A Casa Branca tem defendido a sua opção de comunicação, salientando que Biden já tornou pública a sua posição desde há meses e que, ao preterir a presença mediática, está a dar espaço aos negociadores.
Entretanto, o líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes, Hakeem Jeffries, eleito pelo Estado de Nova Iorque, disse na quarta-feira que é sua expectativa que "se os republicanos continuarem a fazer jogos com a economia dos EUA, a ameaçarem o incumprimento e levarem o país para uma situação muito perigosa, então vai-se começar a ouvir a Casa Branca, senão o próprio presidente".
Mas, às vezes até os mais faladores se calam. Depois de regressarem da Casa Branca, ao fim de quarta-feira, depois de mais uma sessão negocial, os negociadores republicanos -- os congressistas Garret Graves, do Luisiana, e Patrick McHenry, da Carolina do Norte -- evitaram os jornalistas, em acentuado contraste com os últimos dias.
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