"Devemos realizar eleições o mais rapidamente possível com base no direito à autodeterminação", disse Debretsion, que sublinhou que o acordo de paz, assinado na África do Sul, para pôr fim a dois anos de guerra, prevê que a autoridade provisória estabelecida em Tigray tenha um mandato "entre seis meses e um ano".
O líder da Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF, na sigla em inglês) afirmou que este "é um partido popular que assim se manterá " e sublinhou que "haverá mudanças no programa", porque "não é apenas o partido de ontem e de hoje, mas também o partido de amanhã".
Por outro lado, garantiu que abordou com o chefe da administração interina em Tigray, Getachew Reda, que é também porta-voz da TPLF, a entrega de ajuda humanitária aos afetados pelo conflito e a necessidade de "responsabilização".
Os combates no Tigray provocaram entre 100.000 e 600.000 mortos, segundo estimativas não oficiais de responsáveis etíopes e da União Africana, respetivamente.
O conflito no Tigray iniciou-se em novembro de 2020 na sequência de um ataque da TPLF à principal base do exército etíope na capital da província, Mekelle, após o qual o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, ordenou uma ofensiva contra a organização após meses de tensões políticas e administrativas.
A TPLF recusava, designadamente, o adiamento das eleições e decidiu, unilateralmente, avançar com eleições regionais à margem de Adis Abeba.
O grupo regional acusou Abiy de alimentar as tensões desde que chegou ao poder em abril de 2018, quando se tornou o primeiro Oromo a tomar posse.
Até então, a TPLF tinha sido a força dominante dentro da coligação governante da Etiópia desde 1991, a Frente Democrática Revolucionária Popular Etíope (EPRDF), de base étnica.
O grupo opôs-se às reformas de Abiy, que considerou como uma tentativa de minar a sua influência.
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