Macron responsabiliza Governo kosovar pela escalada da tensão com sérvios
O Presidente francês, Emmanuel Macron, responsabilizou hoje o Governo kosovar pela atual situação de tensão no norte do país, onde os confrontos entre manifestantes sérvios e as forças da NATO provocaram segunda-feira 80 feridos, 30 deles soldados.
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Mundo Macron
"Há claramente uma responsabilidade por parte das autoridades kosovares na situação atual e um desrespeito por um acordo que é importante e que foi concluído há várias semanas", afirmou Macron em Bratislava, após um encontro com a Presidente eslovaca, Zuzana Caputova.
Macron referia-se a um novo plano promovido pela França e pela Alemanha, mediado pela União Europeia (UE), para normalizar as relações entre a Sérvia e a sua antiga província do Kosovo, que, em 2008, declarou unilateralmente a independência, que Belgrado não reconhece.
Macron afirmou que Pristina cometeu um erro ao organizar, em abril passado, eleições em quatro municípios onde os sérvios são maioritários, apesar de esta comunidade ter boicotado o processo.
Estas votações, em que apenas 3 por cento do eleitorado participou, resultaram na eleição de presidentes de câmara de etnia albanesa, cuja autoridade é rejeitada pelos sérvios, uma situação que levou a uma escalada de tensões e a protestos violentos.
"A atitude do Kosovo relativamente a estas eleições foi um erro", insistiu Macron, que tem previsto reunir-se quinta-feira com os presidentes do Kosovo, Vjosa Osmani, da Sérvia, Aleksandar Vucic, bem como com o chanceler alemão, Olaf Scholz, durante a cimeira da Comunidade Política Europeia, que decorre na Moldova.
Também hoje, o Kremlin pediu respeito pelos direitos dos sérvios do Kosovo, acrescentando que as autoridades russas estão a seguir com preocupação a situação de tensão étnica no país.
"Todos os direitos e interesses legítimos dos sérvios do Kosovo devem ser respeitados. Oferecemos o nosso apoio incondicional à Sérvia e aos sérvios ", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, aos jornalistas, acrescentando que não deve haver espaço para "ações de provocação" que prejudiquem os direitos dos sérvios.
"Naturalmente, estamos a acompanhar de perto o desenvolvimento da situação e estamos preocupados", reiterou o porta-voz do Kremlin.
Peskov acrescentou que o Presidente russo, Vladimir Putin, não tem para já planos para falar com o seu homólogo sérvio, Aleksander Vucic.
A NATO já tinha anunciado que vai reforçar a sua presença no Kosovo, após os confrontos registados na segunda-feira entre manifestantes sérvios e as tropas da força internacional no Kosovo, liderada pela NATO (KFOR), que provocaram ferimentos em mais de 50 civis e em 30 soldados na localidade kosovar de Zvecan.
A tensão permanece alta hoje no norte de Kosovo, onde centenas de manifestantes sérvios estão reunidos novamente após os conflitos de segunda-feira.
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