"Há semelhanças entre o que está a acontecer na Ucrânia e o que aconteceu em Utøya, entre um atentado e uma agressão brutal, os valores que estão a ser atacados hoje são os mesmos daquela altura: a democracia e a liberdade", disse Jens Stoltenberg, durante uma cerimónia para recordar as vítimas dos atentados de 22 de julho de 2011 na capital da Noruega e na ilha de Utøya.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) era o primeiro-ministro do país na altura dos atentados perpetrados pelo neonazi norueguês Anders Behring Breivik, que matou 77 pessoas (oito em Oslo e 69 na ilha).
Stoltenberg recordou que há quase 12 anos deparou-se com "uma nação inteira devastada" e hoje vê isso com a invasão russa da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.
"A intenção é a mesma: matar por ambições políticas. Não resultou na altura, não resulta hoje e nunca vai resultar. Não vamos deixar Estados autoritários quebrar as regras internacionais, não vamos deixar terroristas oprimir as nossas sociedades livres", sustentou o secretário-geral da Aliança Atlântica, ladeado pelo primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre.
Em consonância com o seu antecessor, o primeiro-ministro norueguês defendeu que é necessário "fazer frente à intolerância" e lutar contra a propagação dos discursos de ódio e de todos os rostos da discriminação.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, participou na cerimónia, que antecede o início de uma reunião informal dos ministros da NATO com a pasta da diplomacia.
Há quase 12 anos Anders Behring Breivik deixou uma bomba dentro de um veículo e seguiu noutro em direção a Utøya, onde estava a decorrer um encontro de verão do Partido Trabalhista (a força política de Stoltenberg).
Cerca de meia hora depois de deixar o primeiro carro perto de um edifício do Governo a bomba explodiu e matou oito pessoas. Mais de 200 pessoas ficaram feridas, doze das quais com gravidade.
Na ilha de Utøya, o neonazi baleou mortalmente 69 pessoas e feriu mais de 100.
Breivik reivindicava a supremacia da "raça branca" em detrimento de outras.
O extremista foi condenado à pena máxima de 21 anos de prisão por atos terroristas.
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