China e Singapura concordam em estabelecer linha direta de alto nível na Defesa
China e Singapura estabeleceram hoje as bases para o estabelecimento de uma linha direta de comunicação, numa altura em que as tensões e ausência de diálogo entre Pequim e Washington preocupam o leste da Ásia.
© Lionel Ng/Bloomberg via Getty Images
Mundo Li Shangfu
O ministro da Defesa chinês, Li Shangfu, assinou um memorando de entendimento com o homólogo de Singapura, Ng Eng Hen, para trabalharem no estabelecimento de uma linha telefónica segura "para comunicações de alto nível entre os líderes da Defesa" dos respetivos países, de acordo com um comunicado divulgado por Singapura.
"Estas linhas abertas de comunicação de alto nível são importantes para fortalecer a compreensão mútua e a confiança", lê-se na mesma nota.
Na sua primeira visita a Singapura como ministro da Defesa, Li está a discutir questões de segurança global e regional com uma série de autoridades do território.
Singapura afirmou que os exércitos dos dois países "interagem regularmente por meio de exercícios bilaterais e multilaterais" e que a sua visita destaca as relações "de longa data, calorosas e amigáveis".
Singapura é um parceiro militar e económico próximo dos Estados Unidos. O acordo para estabelecer a linha telefónica direta ocorre numa altura de fortes tensões entre Pequim e Washington.
Li também estabeleceu uma linha direta de defesa com o Japão em março para melhorar a comunicação e ajudar a evitar acidentes na região.
Durante a sua estadia em Singapura, Li deve discursar num fórum sobre segurança, o Diálogo de Shangri-La, que conta com a participação de autoridades de defesa, diplomatas e líderes dos países da Ásia -- Pacífico. Ele recusou, no entanto, um pedido de Washington para se encontrar com o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, que vai fazer um discurso no mesmo evento, no sábado.
Pequim e Washington assinaram acordos para lidar com "eventos inesperados" entre as suas forças aéreas e navais, mas a comunicação entre os dois exércitos foi suspensa pela China, devido ao apoio militar e à venda de armas a Taiwan pelos Estados Unidos ou o abate de um alegado balão de espionagem chinês no espaço aéreo norte-americano.
Os dois países têm subido de tom na questão de Taiwan, que a China reivindica como uma província sua. Washington intensificou a venda de armamento e o intercâmbio com as autoridades da ilha. Em retaliação, o Exército de Libertação Popular passou a enviar navios e aviões de guerra com frequência quase diária para perto do território.
No Mar do Sul da China, que Pequim reclama quase na totalidade, um caça chinês interceptou na semana passada um avião de vigilância norte-americano, em manobras que o Pentágono considerou desnecessárias e agressivas.
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