Subiu para pelo menos 207 o número de mortos na sequência de uma colisão entre dois comboios de passageiros em Odisha, na Índia, esta sexta-feira. Há também 900 feridos. Este último balanço foi confirmado por fontes do governo local.
Sudhanshu Sarangi, diretor-geral do corpo de bombeiros em Odisha, disse à Reuters que 207 corpos foram recuperados até agora.
No Twitter, o secretário-chefe do estado, Pradeep Jena, disse que é expectável que o número de mortos aumente, uma vez que as operações de resgate continuam em curso.
O acidente, de acordo com o relato das agências internacionais de notícias, ocorreu às 19h30 locais (13h50 em Lisboa), perto de uma estação na localidade de Bahanaga, a 1.600 quilómetros a nordeste da capital Nova Deli. É já considerado um dos piores acidentes ferroviários da Índia em anos.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, também já havia reagido ao acidente no Twitter. "Angustiado com o acidente de comboio em Odisha. Nesta hora de dor, os meus pensamentos estão com as famílias enlutadas. Que os feridos se recuperem logo", escreveu numa publicação de Twitter, reforçando que "as operações de resgate estão em curso no local do acidente e toda a assistência possível está a ser prestada aos afetados".
Imagens transmitidas pelas estações televisivas mostram carruagens completamente destruídas e amontoados de metal no local da tragédia.
Amitabh Sharma, diretor da Indian Railways, referiu à agência France-Presse (AFP) que dois comboios de passageiros estiveram "ativamente envolvidos no acidente".
O terceiro, um comboio de carga, que estava estacionado no local onde ocorreu a tragédia, também foi envolvido no acidente, acrescentou a mesma fonte sem dar mais detalhes.
Um dos sobreviventes contou aos jornalistas que estava a dormir quando ocorreu o desastre e que, quando acordou, estava por cima de uma dúzia de outros passageiros.
Já o médico Anil Kumar Mohanty, que trabalha em Balasore, estimou à AFP que "as operações de resgate devem continuar pelo menos até sábado de manhã".
"Da nossa parte, preparamos todos os grandes hospitais públicos e privados, desde o local do acidente até à capital do estado, para atender os feridos", explicou também SK Panda, um porta-voz das autoridades regionais.
Bombeiros, médicos, polícias e ambulâncias foram mobilizadas para o local. O ministro das Ferrovias, Ashwini Vaishnaw, já anunciou que se irá deslocar ao local do desastre, garantindo que "a Força Aérea" também está "mobilizada".
A Índia registou no passado outros desastres ferroviários, embora a segurança tenha melhorado significativamente nos últimos anos, graças a novos investimentos maciços e atualizações tecnológicas.
Este país tem a quarta maior rede ferroviária, a seguir aos Estados Unidos, Rússia e China, com cerca de 68 mil quilómetros, mais de 21 mil comboios e 7.349 estações, transportando diariamente 23 milhões de passageiros.
O acidente ferroviário mais mortal neste país é o de 06 de junho de 1981 quando, no Estado de Bihar (leste), sete carruagem de um comboio que atravessava uma ponte caíram num rio, o que causou entre 800 e 1.000 mortos.
O acidente de hoje é o pior ocorrido em caminhos-de-ferro da Índia desde que um comboio abalroou fiéis reunidos num festival hindu no Estado de Punjab, no norte, em 19 de outubro de 2018, resultando em 60 mortos e 90 feridos.
Desde o início do século, treze acidentes ferroviários, incluindo pelo menos três causados por ataques, causaram cada um mais de 50 mortes.
[Notícia atualizada às 23h50]
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