Na segunda-feira, "teve lugar um violento confronto em Sawenga, na comuna de Bittou, [província de Boulgou, região Centro-Leste] entre uma unidade mista de militares e Voluntários para a Defesa da Pátria (VDP), auxiliares civis do exército] e grupos terroristas armados", disse à agência de notícias francesa AFP uma fonte de segurança.
"Do lado dos amigos, 14 voluntários e quatro soldados foram mortos", adiantou a mesma fonte, que também mencionou "cinco feridos que foram tratados" e cujas vidas não correm perigo.
Confirmando o balanço, outra fonte de segurança disse que a unidade conjunta estava "a participar numa operação de segurança na zona", e que "os veículos aéreos destacados em resposta a este ataque neutralizaram mais de cinquenta terroristas".
"As operações de busca e de segurança prosseguem nesta zona", que tem sido alvo de ataques contra civis nas últimas semanas, adiantou a mesma fonte.
Já segundo uma fonte policial, "na segunda-feira à noite, outro ataque violento visou o posto de polícia fronteiriço de Yendéré" (sudoeste), perto da Costa do Marfim.
"Lamentamos a morte de um polícia e de dois civis", continuou, referindo também "danos materiais significativos".
Contactado pela AFP, um transportador rodoviário da zona confirmou o ataque e referiu que muitos habitantes já tinham fugido para a Costa do Marfim após as recentes incursões dos grupos terroristas.
A Costa do Marfim acolhe atualmente cerca de 18.000 refugiados que fugiram do Burkina Faso, mais do dobro do que em 2022, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Desde 2015, o Burkina Faso tem sido palco de uma espiral de violência terrorista que começou no Mali e no Níger alguns anos antes e se espalhou para além das suas fronteiras.
Nos últimos sete anos, a violência custou a vida a mais de 10.000 civis e soldados, segundo as ONG, e gerou mais de dois milhões de deslocados.
De acordo com o governo, o exército controla 65% do território nacional.
Desde setembro último, o Burkina Faso é governado por uma junta militar dirigida pelo capitão Ibrahim Traoré, que chegou ao poder na sequência de um golpe de Estado, o segundo em oito meses no país.
Desde então, Ouagadougou exigiu a saída de 400 militares das forças especiais francesas que se encontravam no país para combater os terroristas e denunciou um acordo de ajuda militar assinado com a França em 1961.
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