A cidade francesa de Annecy acordou, esta quinta-feira, em sobressalto, com a notícia de que um homem tinha esfaqueado várias pessoas numa praça da cidade, incluindo crianças que brincavam num parque infantil local.
Entretanto, confirmou-se que as vítimas eram seis - dois adultos e quatro crianças, com idades entre os 22 meses e os três anos.
Mas quem é, de facto, o homem responsável por este ataque? E quais seriam as suas motivações?
Segundo as informações que foram já reveladas pelas autoridades locais, trata-se de um homem de nacionalidade síria, de 31 anos. O indivíduo foi identificado pelas autoridades pelo nome de Abdalmasih H. e, ao que foi possível apurar, não constava nos registos de segurança das autoridades locais ou dos serviços de inteligência do país.
Estava, atualmente, em território francês, após ter pedido asilo no país em novembro passado - que foi recusado por não existir fundamento legal para o mesmo. Porém, acabaria por conseguir o estatuto de refugiado político na Suécia, em abril, conforme avançou à AFP uma fonte policial sob condição de anonimato.
As autoridades francesas dão conta de que o atacante não teve quaisquer "motivações terroristas" para conduzir o ataque e não estava sob a influência de "drogas ou álcool" no momento em que tudo aconteceu.
Ainda assim, um vídeo consultado pela AFP ilustra que o agressor disse duas vezes, em inglês, "em nome de Jesus Cristo" durante o ataque, e usava uma cruz cristã quando foi preso, apresentando-se como um "cristão da Síria".
Estes factos levaram o procurador responsável pelo caso a determinar que é ainda cedo para determinar quais foram as motivações do ataque.
Está agora a ser acusado do crime de tentativa de homicídio. O atacante, recorde-se, foi neutralizado e detido cerca de quatro minutos depois após o início do ataque.
Momento em que o atacante foi detido © Reuters
Abdalmasih H. casou-se com uma mulher sueca, com quem tem um filho de três anos. Em declarações à AFP, esta mulher explicou que conheceu o agressor no estrangeiro. "Conhecemo-nos na Turquia, apaixonámo-nos e viemos para aqui [para a Suécia]. Passados dois anos, casámos, mas ele não conseguiu obter a nacionalidade sueca e decidiu deixar o país. Separámo-nos porque eu não queria sair da Suécia", explicou. De acordo com a fonte citada, Abdalmasih H. abandonou o território sueco "há oito meses" e, desde então, não tem tido notícias suas.
Sobre o ataque, a mulher, que falou sob condição de anonimato, mostrou-se incrédula face ao incidente: "Meu Deus, ele era muito bondoso, não percebo".
Quatro crianças e dois adultos ficaram gravemente feridos. Das quatro crianças feridas, duas são francesas, uma britânica e outra neerlandesa (transferida para um hospital na Suíça) e seguem todas com o prognóstico reservado.
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