Um ataque a um parque infantil em Annecy (Haute-Savoie), em França, na manhã desta quinta-feira, deixou seis pessoas feridas, duas das quais em estado grave.
O ataque foi perpetrado por um homem de nacionalidade síria, armado com uma faca. Imagens registadas no local, permitem ver o homem a rodear um parque infantil durante vários minutos, tentando atingir os mais pequenos, enquanto os adultos que os acompanham, em desespero, gritavam por ajuda.
O ataque, cuja motivação ainda está por revelar, deixou a nação gaulesa mais uma vez em choque, segundo afirmou o próprio presidente Emmanuel Macron. E volta a levantar questões sobre a entrada de refugiados no país (e na Europa).
Entre os seis feridos, refere o Le Parisien, há quatro crianças: duas de nacionalidade francesa, uma inglesa e outra holandesa e têm entre 22 meses e 3 anos. Todas se encontram em situação de emergência absoluta. Três delas foram levadas para o hospital em Grenoble, enquanto a outra criança foi transferida para Genebra.
As autoridades colocam de parte a hipótese de se ter tratado de um ataque com motivações terroristas.
O que se sabe do suspeito
O autor do ataque foi identificado como sendo Abdalmasih H., homem que chegou a França em novembro passado e vivia em condições precárias no centro de Annecy (Haute-Savoie).
O homem de nacionalidade síria, tem 31 anos, um filho, e é descrito como um homem calmo. Não tinha antecedentes criminais. A primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, disse que o homem tem estatuto de refugiado na Suécia.
Abdalmasih apresentava-se nervoso no momento da detenção e sabe-se que será esta manhã sujeito a interrogatório policial e a uma avaliação psicológica, informou porta-voz do governo francês, Olivier Verán.
Ataque volta a levantar questões (e medo) sobre imigração
Este ataque a um parque infantil no sul de França volta a levantar preocupações no país sobre imigrações. Perante o sucedido, Marine Le Pen foi rápida em afirmar que "existe um problema de gestão da imigração".
"Há anos que isto se passa, a situação está a piorar e não foi tomada nenhuma decisão. Não posso aceitar que já não sejamos responsáveis por decidir quem entra no nosso país, quem fica e em que condições", afirmou, esta manhã, a política de extrema-direita.
Também Nicolas Dupont-Aignan, presidente do 'Debout la France!' considerou que este não é "um ato isolado" e que "há um problema claro de falta de controlo da nossa imigração e a maioria dos atacantes nunca deveria ter estado em solo francês".
Já Manuel Bomard, deputado do LFI, afirmou que "nem as propostas apresentadas pelo partido Les Républicains nas últimas semanas, nem as propostas da extrema-direita para reformar o nosso direito de asilo teriam mudado alguma coisa nesta situação".
Em resposta, por sua vez, o ministro da Economia Brule Le Maire considera que "nas horas que se seguem a uma tragédia destas, há um tempo de decência e de silêncio". "Este não é um momento para a política, é um momento para a nação", atirou.
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