Seul convoca embaixador da China por comentários sobre “aproximação"
Seul convocou hoje o embaixador da China para protestar contra os seus comentários a acusar a Coreia do Sul de se aproximar demasiado dos Estados Unidos em detrimento da China, num período de crescente competição entre Washington e Pequim.
© Shutter Stock
Mundo Seul
O primeiro vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul, Chang Ho-jin, alertou o embaixador chinês em Seul, Xing Haiming, sobre os comentários “sem sentido e provocativos”, feitos durante uma reunião com um líder da oposição sul-coreana.
O ministério acusou Xing de violar protocolos diplomáticos e interferir na política interna sul-coreana.
Numa reunião realizada na quinta-feira com o líder do Partido Democrata sul-coreano, Lee Jae-myung, um importante rival do Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, Xing acusou o governo de Yoon de se inclinar excessivamente para o lado dos Estados Unidos, e prejudicar as suas relações com a China, o seu maior parceiro comercial.
Xing disse que a Coreia do Sul é inteiramente culpada pelas “muitas dificuldades” nas relações bilaterais, citando o crescente deficit comercial com a China, que ele atribuiu aos esforços de “desChinização”, aparentemente referindo-se a ações de empresas sul-coreanas para mudar as suas cadeias de fornecimento para outros países.
Ele exigiu que Seul respeite os principais interesses de Pequim, incluindo na questão de Taiwan e em outras questões regionais importantes.
“Numa altura em que os Estados Unidos exercem pressão sobre a China com todas as suas forças, alguns apostam que os Estados Unidos vencerão e que a China perderá. Mas este é claramente um julgamento errado”, disse Xing, descrevendo um futuro promissor para o seu país sob a liderança do Presidente Xi Jinping.
“O que se pode dizer com certeza é que aqueles que apostam na derrota da China certamente se arrependerão mais tarde”, disse Xing.
O ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul disse que os comentários “irresponsáveis” de Xing contrariam o “desejo dos governos e das pessoas de ambos os países de valorizar e promover ainda mais as relações Coreia do Sul – China, com base no respeito mútuo”.
A Coreia do Sul, cuja economia depende muito das exportações de ‘chips’ de memória de computador e outros produtos tecnológicos, tem lutado para encontrar um equilíbrio entre os Estados Unidos, o seu aliado militar de décadas, e a China, o maior cliente dos seus produtos, face a uma guerra comercial e tecnológica entre Washington e Pequim.
Perante a crescente ameaça nuclear da Coreia do Norte, Yoon privilegiou a aliança com os Estados Unidos, tornando-a um objetivo central da suas políticas.
Seul expandiu o treino militar conjunto com os Estados Unidos e está a procurar garantias mais fortes de que Washington usaria rápida e decisivamente as suas armas nucleares para defender a Coreia do Sul no caso de um ataque nuclear norte-coreano.
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