"A minha equipa tentará ter um julgamento rápido (...), de acordo com o interesse público e os direitos dos réus", sublinhou Smith, em comunicado.
Trump deve comparecer em 13 de junho no tribunal de Miami, na Florida, no seguimento da acusação divulgada hoje de 37 crimes federais, incluindo retenção ilegal de segredos do governo, obstrução da justiça e conspiração.
Segundo a acusação, em 2021, quando deixou a presidência, o magnata republicano levou ilegalmente centenas de documentos classificados, incluindo segredos nucleares, que guardou em vários pontos da sua mansão em Mar-a-Lago (Florida), como num quarto, um salão de festas, uma casa de banho ou numa banheira.
Jack Smith, nomeado em novembro pelo procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, reivindicou a importância de cumprir as leis relacionadas com a segurança nacional e alertou que violá-las coloca o país "em risco".
"Temos um conjunto de leis nos Estados Unidos que se aplicam a todos. Fazer cumprir essas leis e recolher provas é o que determina o resultado de uma investigação. Nem mais, nem menos", sublinhou o procurador especial.
Smith apelou também à população para que leia a acusação e "entenda a gravidade dos crimes" imputados ao ex-presidente.
Perante as críticas de Trump, que denunciou uma "caça às bruxas", o procurador especial realçou que a investigação tem sido conduzida com "os mais altos padrões éticos" e que sua equipa é formada pelos procuradores "mais talentosos e experientes" do Departamento de Justiça.
Smith está a liderar as investigações sobre a manipulação pelo ex-presidente de documentos confidenciais que o FBI encontrou em Mar-a-Lago em agosto e sobre o papel de Trump na invasão do Capitólio dos EUA, em 06 de janeiro.
Esta é a segunda acusação contra Trump, candidato às eleições presidenciais de 2024, depois de em março ter sido acusado por um tribunal de Manhattan (Nova Iorque) por pagamentos irregulares para silenciar a atriz pornográfica Stormy Daniels durante a sua campanha de 2016.
Esta foi a primeira acusação criminal movida contra um ex-presidente dos Estados Unidos.
A Casa Branca assegurou hoje que o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que procura a reeleição em 2024, soube da acusação contra Trump pela imprensa e afirmou que o Departamento de Justiça está a conduzir a investigação de forma independente.
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