Banco AIIB? "Serve os interesses da China", diz ex-funcionário
O Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB, na sigla em inglês) "serve os interesses da China" e Pequim exerce uma influência "excessiva" sobre o que deveria ser uma instituição multilateral, disse hoje um ex-funcionário.
© Reuters
Mundo Ásia
O AIIB "é um recurso para os objetivos geopolíticos da RPC [República Popular da China] (...) na prática, acho que responde aos interesses da China", disse à agência France-Presse o antigo chefe de comunicação do banco, o canadiano Bob Pickard.
Após a renúncia de Pickard, a ministra das Finanças do Canadá, Chrystia Freeland, anunciou que Otava "cessará imediatamente todas as atividades" no AIIB e que o ministério irá "examinar prontamente as alegações feitas e o envolvimento do Canadá nas atividades do banco".
Numa entrevista na capital japonesa, Tóquio, Bob Pickard disse que o banco é dominado por membros do Partido Comunista Chinês e financia principalmente projetos que são do interesse de Pequim.
"O banco apresenta-se como sendo administrado por um conselho de administração e há muitos executivos de fachada estrangeiros na gestão", disse Pickard.
Mas, dentro do banco "existe um sistema paralelo, é adjacente à estrutura pública de tomada de decisões", acrescentou o dirigentes.
O AIIB confirmou a renúncia do antigo chefe de comunicação e chamou as suas alegações de "infundadas e dececionantes".
"Estamos orgulhosos da nossa missão multilateral e temos uma equipa internacional diversificada representando 65 nacionalidades e membros diferentes no AIIB, atendendo aos nossos 106 membros em todo o mundo", disse o banco, num comunicado.
Apoiado pela China e com sede em Pequim, o AIIB visa financiar projetos de infraestrutura na Ásia. O banco foi criado em 2016 com o objetivo de combater a influência ocidental no Fundo Monetário Internacional e no Banco Mundial.
A China tem 30,34% do capital e 26,06% dos votos do AIIB. Portugal e Brasil encontram-se também entre os 50 fundadores.
Em março, o banco anunciou a suspensão de "todas as atividades relacionadas com a Rússia e a Bielorrússia" devido à guerra na Ucrânia.
A Rússia é membro fundador do AIIB, com uma participação de 6,7%. Ucrânia e Bielorrússia não são membros do banco.
A reunião anual do AIIB, que conta já com mais de 100 países membros, devia realizar-se, este ano, na Rússia, embora não tenha ainda sido anunciada uma data.
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