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Presidente da Colômbia pede em Berlim que termine "noite neoliberal"
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu hoje numa conferência na Fundação Friedrich Ebert, em Berlim, o fim da "noite neoliberal" e o combate à crise climática que, segundo ele, está na origem de muitos dos males atuais.
© Getty Images
Mundo Gustavo Petro
"Creio que estamos hoje a atravessar um longo período neoliberal, a que chamamos neoconservador, a que outros chamam neoconservadorismo, que começou com a queda do Muro de Berlim", afirmou o presidente colombiano.
Após a queda do muro, segundo Petro, assistiu-se a um enfraquecimento do movimento operário a nível mundial e dos valores de esquerda, e no domínio da cultura foi imposta uma visão neoliberal do mundo "em que os seres humanos competem como cavalos de corrida".
"O neoliberalismo tentou destruir tudo o que era coletivo", salientou Gustavo Petro.
No entanto, segundo o presidente colombiano, hoje, após a pandemia de Covid-19 e em plena guerra na Ucrânia, há uma revalorização da esfera pública, citando como exemplo a sua experiência na Cimeira de Davos.
"Davos é um clube de ricos, com o governo suíço a cuidar especialmente dos ricos. Mas desta vez não foi como das outras vezes, eles até nos ouviram", garantiu.
Noutras ocasiões, os presidentes procuraram ser convidados, mas quando "lá estavam, não foi para serem ouvidos, mas para receberem instruções", advertiu.
Com a pandemia de Covid-19, aconteceu algo que "nem Rosa Luxemburgo, nem Lenine se atreveram a sonhar, ou seja, que um poder paralisou o capital".
"O capital pode ser transformado, o mundo pode perecer ou o mundo pode mudar", sublinhou o presidente colombiano.
Depois da pandemia veio a guerra e também o êxodo, e por detrás de tudo isto, está a crise climática, que definiu Petrodefiniu como "uma crise civilizacional que pode levar ao fim da humanidade".
Para Petro, foi a ideia de que os mercados livres levariam ao bem-estar que acabou por conduzir à crise climática.
Na sexta-feira, Petro continuará a sua visita à Alemanha e será recebido pelo presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, e pelo Chanceler, Olaf Scholz.
Leia Também: Quatro crianças encontradas na selva da Colômbia 40 dias após queda de avião
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