Violência na RDCongo deixou cerca de 21.500 crianças sem escola em Bunia
Cerca de 21.500 crianças ficaram este ano sem escola na cidade de Bunia, capital da província de Ituri, na República Democrática do Congo (RDCongo), devido à violência dos grupos armados, como as Forças Democráticas Aliadas.
© MICHEL LUNANGA/AFP via Getty Images
Mundo RDCongo
O balanço foi feito pela ONG Rede de Parcerias para o Desenvolvimento Sustentável (RADD), cujo presidente, Florent Nzama, advertiu que a grande maioria destas crianças acabará nas ruas, viciada em drogas.
Das 21.494 crianças que já não vão à escola, cerca de 11.194 são raparigas que correm o risco de serem violadas ou engravidarem contra a sua vontade, numa altura em que toda a província está sob o estado de emergência há dois anos, declarado pelo governo para facilitar as operações militares.
"Acabam deitadas na rua, como na rotunda de Capa, onde encontrámos 65 crianças abandonadas, entre as quais uma rapariga de 13 anos que foi violada e está grávida", lamentou o presidente, em declarações divulgadas pela Rádio Okapi.
A acompanhar Nzama estava Paulin Kahamire, chefe da Proteção da Criança da Missão das Nações Unidas na RDCongo, Monusco, que instou as partes em conflito a respeitarem os direitos das crianças, mesmo nas circunstâncias mais difíceis, não só em Bunia, mas também nos territórios de Ituri, como Djugu e Mahagi, onde mais 28.000 crianças foram obrigadas a abandonar a escola.
Em março passado, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estimou que 750.000 crianças congolesas foram mantidas fora da escola devido à insegurança em toda a província de Ituri e no vizinho Kivu do Norte.
A agência das Nações Unidas, na sua avaliação, identificou pelo menos 1.700 escolas encerradas nas duas províncias devido à insegurança, outras 119 escolas atacadas ou ocupadas e mais de 300 que foram criadas como abrigos para cuidar de centenas de milhares de pessoas deslocadas pelos conflitos.
Leia Também: TPI vai examinar alegados crimes de grupos armados na RDCongo
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com