Comentários de Joe Biden sobre Xi Jinping mostram contradições dos EUA
A Rússia qualificou hoje a descrição do Presidente da China como um ditador feita pelo líder norte-americano, Joe Biden, como uma manifestação das contradições e da imprevisibilidade da política externa dos Estados Unidos.
© Julia Nikhinson/CNP/Bloomberg via Getty Images
Mundo Moscovo
"É claro que estas são manifestações muito contraditórias da política externa dos Estados Unidos, que denotam um grande elemento de imprevisibilidade", disse o porta-voz da presidência russa (Kremlin), Dmitry Peskov, citado pela agência espanhola EFE.
Biden referiu-se a Xi Jinping como um ditador na terça-feira, ao comentar o incidente com o alegado balão espião chinês que Washington abateu em fevereiro, depois de ter sido detetado a sobrevoar território norte-americano.
Segundo Biden, o Presidente da China ficou embaraçado com o episódio porque não sabia que o balão estava no espaço aéreo dos Estados Unidos.
"Essa é a grande vergonha dos ditadores, quando não sabem que algo aconteceu", disse Biden.
Pequim reagiu aos comentários de Biden considerando-os provocatórios.
"Trata-se abertamente de uma provocação política", declarou hoje a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China Mao Ning.
O incidente ocorreu numa altura em que Estados Unidos e China estavam a dar sinais de um ligeiro apaziguamento nas relações bilaterais com a visita de dois dias a Pequim do secretário de Estado Antony Blinken.
O encontro de Blinken com Xi, na segunda-feira, foi saudado por Washington e Pequim como um êxito, após meses de tensão, apesar de persistirem divergências profundas.
"Há dias, vemos relatos de (...) declarações conciliatórias" de Blinken em Pequim, pelo que as críticas subsequentes de Biden foram "completamente incompreensíveis", disse o porta-voz do Kremlin, segundo a agência francesa AFP.
"Mas isso é com eles. Nós temos as nossas próprias más relações com os Estados Unidos e as nossas muito boas relações com a China", acrescentou Peskov.
Desde que invadiu a Ucrânia, a Rússia ficou muito isolada no Ocidente e tem procurado o apoio da China.
Afirmando-se neutra no conflito, a China tem defendido o respeito pela soberania dos países, incluindo a Ucrânia, mas nunca condenou publicamente a invasão do país.
O Kremlin desvalorizou na terça-feira os sinais de reaproximação entre Washington e Pequim.
"O nível das relações de parceria estratégica com a China permite-nos ter a certeza de que [a intenção de] construir relações com outros países nunca será dirigida contra o nosso país", comentou Peskov, segundo a EFE.
Leia Também: Pequim considera "absurdo" comentário de Biden que chamou ditador a Xi
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