Dois terços das instalações de saúde fora de serviço no Sudão, diz OMS
Dois terços das instalações de saúde em áreas afetadas por conflitos estão fora de serviço no Sudão, alertou hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS), que está muito preocupada com as epidemias de sarampo, malária e dengue.
© Omer Erdem/Anadolu Agency via Getty Images
"Dois meses de violência tiveram um impacto severo nos serviços de saúde", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa em Genebra.
"Cerca de dois terços das instalações de saúde nas áreas afetadas estão fora de serviço", acrescentou.
Onze milhões de pessoas precisam de cuidados de saúde, estima a agência das Nações Unidas.
"Ataques repetidos a instalações de saúde, armazéns de medicamentos, ambulâncias e profissionais de saúde estão a impedir que pacientes e profissionais de saúde cheguem aos hospitais", disse Ghebreyesus.
Serviços essenciais foram interrompidos, inclusive para emergências, crianças, desnutrição e doenças não transmissíveis e a OMS registou 46 ataques contra serviços de saúde desde o início dos combates entre o exército e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
Desde 15 de abril, combates violentos entre o exército e as RSF deixaram mais de 2.000 mortos, segundo a organização não-governamental de registo de conflitos Acled, e mais de 2,5 milhões de deslocados e refugiados, segundo a ONU.
De acordo com o chefe da OMS, "a luta contra as epidemias de sarampo, malária e dengue que assola o Sudão apresenta problemas significativos".
E, notou, "o risco de epidemias só aumentará com a época das chuvas, o acesso limitado à água potável, as deslocações populacionais e a limitada capacidade de detetar epidemias suficientemente cedo".
Na semana passada, a OMS lançou um novo apelo de fundos de 150 milhões de dólares (137 milhões de euros) para atender às crescentes necessidades de saúde das pessoas afetadas pela guerra no Sudão, bem como das pessoas que fogem para os países vizinhos.
"Estou muito preocupado com a saúde e o bem-estar do povo sudanês e a OMS está explorando todas as possibilidades para fornecer a ajuda de que precisam. Mas não podemos fazer isso sozinhos", insistiu Ghebreyesus, lançando um apelo à ajuda da comunidade internacional.
O exército, comandado pelo general Abdel Fattah al-Burhan, e as RSF, do general Mohamed Hamdane Daglo, terminaram na madrugada de hoje um cessar-fogo de 72 horas para permitir a passagem de ajuda humanitária por este país da África Oriental, um dos mais pobres do mundo.
Na noite de terça-feira, o último dia da trégua, um grande incêndio atingiu o quartel-general dos serviços de inteligência na capital.
A comunidade internacional, reunida em Genebra, prometeu na segunda-feira 1,5 mil milhões de dólares (1,37 mil milhões de euros) em ajuda, metade das necessidades apresentadas pelas agências humanitárias.
Segundo a ONU, 25 dos 48 milhões de sudaneses não conseguem sobreviver sem ajuda humanitária.
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