Israel. Protestos nos Montes Golã ferem 12 polícias israelitas e 8 civis
Pelo menos 12 polícias israelitas e oito civis ficaram hoje feridos em confrontos registados nos Montes Golã, norte de Israel, quando milhares de drusos se manifestaram contra a construção de um parque eólico próximo da cidade de Majdal Shams.
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Mundo Israel
Os milhares de drusos - pertencentes a uma minoria religiosa árabe - manifestaram-se pelo segundo dia consecutivo para protestar contra o que consideram ser uma ameaça ao estilo de vida associado à agricultura e "uma invasão de terras ancestrais", bem como contra a "consolidação da ocupação" do território por parte de Israel.
"As forças policiais do norte ([do país] foram confrontadas com violentos tumultos de milhares de pessoas no norte dos Montes Golã, que protestam contra os trabalhos de construção de turbinas eólicas na zona. Os manifestantes estão a atirar pedras e fogo-de-artifício e a lançar 'cocktails' Molotov contra as forças e a pôr em perigo a vida dos agentes da polícia", declarou a polícia em comunicado.
Segundo as informações da polícia divulgadas pelos meios de comunicação social israelitas, 12 agentes ficaram feridos e oito manifestantes ficaram feridos, quatro deles gravemente, um deles por arma de fogo.
"Vejo com grande preocupação o que está a acontecer neste momento nos Montes Golã", declarou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, durante uma reunião do Gabinete, em Jerusalém, com o líder espiritual da comunidade drusa em Israel, Shaykh Mowafaq Tarif.
"[O Comissário da Polícia de Israel, Yaakov Shabtai], rejeitou a violência contra os agentes e símbolos do Governo e deu instruções ao comandante do Distrito Norte para prosseguir o diálogo com os líderes da comunidade drusa", indica o comunicado.
Os protestos ocorreram em vários pontos da região, com bloqueios de estradas, tendo alguns dos manifestantes atacado, incluindo com tiros, agentes da polícia na cidade de Mas'ade, acrescenta-se no documento.
O presidente da câmara da cidade drusa de Daliyat al Karmel, Rafik Halabi, disse aos meios de comunicação social israelitas que os protestos poderiam transformar-se numa "Intifada", termo utilizado para designar as grandes revoltas palestinianas contra os israelitas, também conhecida como "Guerra das Pedras", e afirmou que a comunidade está a sentir uma "grande raiva" em relação às políticas e às leis de planeamento de Israel.
Na semana passada, a empresa israelita Enlight Renewable Energy começou a testar a primeira de 39 turbinas eólicas General Electric, com cerca de 200 metros de altura, para o projeto Genesis Wind nos Montes Golã, que se tornará o maior projeto de energias renováveis do país, incluindo a energia solar.
Israel decidiu orientar a produção de energia cada vez mais para meios limpos, e as Colinas dos Montes Golã, devido a elevada altitude a que se situam e aos vales varridos pelo vento, são um local ideal para parques eólicos, defende o Governo.
Mas para os drusos, os postes gigantes e as infraestruturas necessárias para os construir vão impedir o trabalho nas suas parcelas de terno agrícola, enquanto as turbinas vão perturbar o laço quase sagrado que sentem com a sua terra, transmitido de geração em geração.
Os proprietários de terras que assinaram contratos de arrendamento com a empresa responsável pelo projeto afirmaram que não tinham conhecimento das possíveis implicações de ter uma turbina nas suas terras, enquanto a polícia sustenta que todos os acordos são legais e que foram feitos todos os pagamentos acordados.
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