Titan. "Esperamos fim de Hollywood", mas viagem "não é atração da Disney"

Apesar de se ter sentido "muito seguro" quando viajou até ao Titanic, em 2021, o investidor ressalvou que a experiência "não é uma atração da Disney", uma vez que leva pessoas "onde muito poucas já estiveram".

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© OceanGate Expeditions/Handout via REUTERS

Notícias ao Minuto
22/06/2023 15:49 ‧ 22/06/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Submarino desaparecido

Aaron Newman, investidor na empresa OceanGate que participou numa expedição ao Titanic em 2021, salientou, na quarta-feira, que a viagem “não é uma atração da Disney”, ainda que tenha garantindo que se sentiu “muito seguro”. O antigo passageiro apontou ainda que os cinco tripulantes do submarino desaparecido desde domingo não podem ser considerados “turistas”, tendo em conta que “estão a fazer tudo para se manter vivos”.

“Não consideraria nenhuma destas pessoas turista – turista é um termo tão mau. São pessoas que vivem no limite e adoravam o que estavam a fazer. Se está a acontecer alguma coisa, são pessoas que estão calmas, a pensar de forma ponderada, e a fazer tudo o que podem para se manter vivos”, disse Newman, em declarações ao TODAY.

Apesar de se ter sentido “muito seguro” quando viajou até ao Titanic, em 2021, o investidor sublinhou que a experiência “não é uma atração da Disney”, uma vez que leva pessoas “onde muito poucas já estiveram”.

“Há riscos, certo? E sabemos isso, mas estas pessoas aceitaram-no”, argumentou, ressalvando que a equipa que o acompanhou era “profissional e treinou muito”.

“O nosso foco é esperar por um fim de Hollywood. Sabemos que a Guarda Costeira e toda a gente está a trabalhar muito. E a equipa do OceanGate está a trabalhar o mais possível para encontrar o submarino”, complementou.

Newman recordou que a jornada até aos destroços do Titanic é semelhante a “ir a outro planeta”, num “tubo que é confortável, mas não é espaçoso”.

“Na superfície, quando entramos, fica muito quente e abafado, por isso estamos deitados e temos pouco mais do que uma merenda connosco e um pouco de água”, disse.

Contudo, à medida que o submersível afunda, a temperatura desce progressivamente, e a escuridão reina.

“Quando chegamos ao fundo, a água é gelada. Tivemos de nos agasalhar – tínhamos gorros e estávamos a fazer tudo para nos mantermos quentes”, lembrou.

O submersível transportava o empresário e explorador Hamish Harding, o empresário paquistanês Shahzada Dawood e o filho, Suleman Dawood, além do CEO da OceanGate, Stockton Rush, bem como o especialista no Titanic Paul-Henri Nargeolet.

As 96 horas estimadas de oxigénio disponível chegaram ao fim pelas 12h08 mas, segundo especialistas, este valor é vago e impreciso, uma vez que o tempo de oxigénio pode variar em função de diversos fatores.

Na quarta-feira, um avião canadiano detetou sons subaquáticos durante as operações de busca do submersível, o que fez com que esforços de busca fossem reorientados.

Além de um conjunto internacional de navios e aviões, um robô subaquático começou a fazer buscas nas imediações do Titanic e há um esforço para enviar equipamento de salvamento para o local, no caso de o submarino ser encontrado.

Três aviões de transporte C-17 das forças armadas norte-americanas foram utilizados para transportar submersíveis comerciais e equipamento de apoio. As forças armadas canadianas disponibilizaram um avião de patrulha e dois navios, tendo ainda lançado boias de sonar para detetar quaisquer sons do Titan.

Os restos do Titanic - que afundou após colidir com um iceberg, em 1912 - estão a uma profundidade de cerca de 3.800 metros e a uma distância de aproximadamente 640 quilómetros a sul da ilha canadiana de Terra Nova.

A comunicação perdeu-se quando a embarcação estava a cerca de 700 quilómetros a sul de São João da Terra Nova, segundo o Centro de Coordenação de Salvamento Conjunto do Canadá.

Leia Também: Buscas por submarino vão prosseguir mesmo após hora limite de oxigénio

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