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UE não apoiará Líbano "sem eleição de presidente e formação do governo"

A União Europeia (UE) não vai apoiar financeiramente o estado Libanês enquanto não houver a eleição de um presidente e a formação do governo, disse em entrevista à Lusa a eurodeputada Isabel Santos. 

UE não apoiará Líbano "sem eleição de presidente e formação do governo"
Notícias ao Minuto

08:15 - 23/06/23 por Lusa

Mundo Eurodeputada

"A UE continuará a ajudar a população Libanesa e continuará a ajudar os refugiados que aqui estão acolhidos através das Nações Unidas. Mas também é claro que não haverá nenhum apoio entregue ao estado Libanês (...) enquanto o país não resolver a questão basilar que é o problema de terem instituições democráticas no seu pleno funcionamento: Ou seja, elegerem um presidente e a partir daí o presidente formar o governo", disse à Lusa a Eurodeputada no fim da visita anual da delegação europeia ao país, que decorreu até quinta-feira.

O Líbano está sem presidente desde outubro, quando acabou o mandato do ex-presidente Michel Aoun, devido à falta de consenso político entre os parlamentares para eleger um novo chefe de Estado.

A presidente da Delegação do Parlamento Europeu para as Relações com os Países do Maxerreque, Isabel Santos disse que a eleição de um presidente tem que acontecer "o mais rápido possível" para que se possa formar um governo e implementar medidas económicas urgentes para retirar o Líbano de uma das piores crises económicas dos tempos modernos.

A taxa de inflação no país atingiu 269%, uma das mais altas do mundo, e 82% da população vive abaixo do limiar da pobreza.

A recuperação económica está dependente de um empréstimo de 785 milhões de euros, concedido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) sob condição da implementação de várias reformas que não podem avançar devido à crise "multidimensional" que o país enfrenta.

"Enquanto não houver eleição do presidente, tudo estará bloqueado, é um ciclo vicioso", disse.

Quanto à possibilidade de sanções, Isabel Santos referiu que "é natural" que "alguns nomes" figurem na próxima resolução do Parlamento Europeu que será publicada após o próximo plenário agendado para julho.

A eurodeputada disse que o nome do governador do Banco Central Libanês (BDL), Riad Salameh "é um nome muito falado no Parlamento Europeu". 

"É evidente que é um nome que pode surgir na resolução", disse à Lusa.

Isabel Santos disse estar preocupada com a "deterioração crescente" das instituições e das condições de vida dos libaneses, mas também dos refugiados no país.

Estima-se que o Líbano acolha 1,5 milhões de refugiados sírios e, face ao agudizar da crise económica, o governo libanês tem pedido à UE um reforço de apoios económicos para o acolhimento dos refugiamos.

No ano passado, autoridades começaram um programa de retorno voluntário para o país vizinho, que tem sido criticado por organizações não-governamentais, que acusam o governo de estar a praticar retornos forçados. 

"O relato das pessoas que estão aqui acolhidas é que não têm condições de retorno ao seu país", disse à Lusa a eurodeputada, após visita a campos de refugiados no Líbano.

"Qualquer retorno à Síria só pode ocorrer [quando] encontradas situações de estabilidade e segurança na Síria e o retorno tem que ser voluntário, digno e com garantias de proteção dos direitos humanos dessas pessoas,(...) o que ainda não é o caso", disse.

Isabel Santos sublinhou ainda que a UE não irá de deixar de apoiar os refugiados no Líbano através dos programas das Nações Unidas.

A delegação Europeia reuniu ainda com familiares das vítimas da explosão no porto de Beirute em agosto de 2020, cuja investigação continua "bloqueada".

A eurodeputada reforçou a recomendação do parlamento europeu, a pedido das vítimas, da criação de uma "investigação independente, imparcial e dentro da moldura das Nações Unidas".

Leia Também: Parlamento falha pela 12.ª vez eleição de um chefe de Estado no Líbano

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