Milícias étnicas de Myanmar juntam-se à resistência contra o poder militar

Unidades de uma milícia étnica no leste de Myanmar que estavam aliadas aos militares decidiram passar a apoiar o movimento pró-democracia e iniciaram ataques nas últimas semanas contra postos militares e esquadras policiais, indicaram os seus membros.

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Lusa
26/06/2023 14:57 ‧ 26/06/2023 por Lusa

Mundo

Myanmar

Duas unidades das Forças de guardas fronteiriças no estado de Kayah são apontadas como as primeiras unidades de milícias associadas aos militares a mudar de campo desde o golpe de Estado que afastou do poder o Governo de Aung San Suu Kyi em fevereiro de 2021, indicou a agência noticiosa Associated Press (AP).

O estado de Kayah, o mais pequeno dos sete estados do Myanmar, é dominado pela minoria étnica Karenni e tem registado intensos confrontos, em particular desde a tomada do poder pelos militares. A região faz fronteira com a Tailândia e não fica longe de Naypyitaw, a capital do Myanmar.

No país asiático existem cerca de duas dezenas de unidades de guardas fronteiriços, com cerca de 10.000 efetivos. Estas unidades foram formadas em 2009 após uma trégua de grupos étnicos insurgentes com um antigo governo militar.

O governo de unidade nacional, uma administração civil paralela que se opõe aos militares, disse que 13.000 soldados e polícias se juntaram às suas fileiras desde o golpe de 2021.

No sábado, Khu Nyay Reh, membro do comité central do Partido progressista nacional karenni, confirmou a deserção de duas unidades para o campo da resistência.

Indicou ainda à AP que os membros da milícia não podiam tolerar a morte de membros as duas famílias pelos militares, que acusou de bombardearem bases dos guardas e outras zonas na região de Mese, no sul de Kayah.

Leia Também: Myanmar admite incapacidades no combate ao tráfico de estupefacientes

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